Cáritas Beja:“Os problemas são muitos; Podemos ter que fechar valências ou reduzir serviços” diz Presidente da Instituição(c/som)
O ano de 2022 foi um ano difícil pelo contexto internacional provocado pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia assim como pelo aumento da inflação, o que levou a um aumento do custo de vida que afetou as famílias portuguesas, as empresas e sobretudo as Instituições.
A Rádio Campanário falou com o Presidente da Cáritas de Beja , que nos fez um balanço de 2022 e fez uma antevisão para 2023.
I Presidente Isaurindo Oliveira começou por nos referir “na área de jurisdição da Cáritas diocesana de Beja temos tido aumentos dos pedidos de ajuda, nomeadamente no que diz respeito a apoio do pagamento de rendas, luz, água dado o aumento do custo de vida.”
Ainda assim, segundo refere o responsável, o maior aumento da atividade registou-se “no que diz respeito aos planos relacionados com a migração.” Isaurindo Oliveira explica “nós temos um centro de apoio local ao Migrante e aí tem havido um aumento de pedidos de ajuda significativo.”
A partir do mês de Agosto, refere o Presidente da Cáritas de Beja, “a presença de vários grupos de timorenses no concelho veio também aumentar a necessidade de resposta da Cáritas. Foi criada uma estrutura de alojamento coletivo de emergência” que, como refere “desde essa altura acolhe 40 timorenses em permanência fornecendo-lhes alojamento e alimentação.”
A estrutura está com todas as vagas ocupadas e a maior preocupação é conseguir “emprego para estas pessoas pois a maior parte delas não têm competências , são pessoas muito jovens.”
O Presidente da Cáritas Diocesana de Beja refere ainda que, para além dos já referidos, existem os problemas de financiamento destacando “os grandes estrangulamentos que estas entidades sofrem porque em 2022 houve um aumento significativo da energia- eletricidade e gás assim como de alimentos, o que trouxe dificuldades acrescida pois a Cáritas de Beja fornece por ano cerca de 110 a 120 mil refeições.”
Também a Comunidade Terapêutica “está sem atualizações há 14 anos , numa altura em que o ordenado mínimo era de 400 euros e hoje está em 760 euros.”
O Presidente da Cáritas Diocesana de Beja fala “em estrangulamentos financeiros grandes” deixando dúvidas para 2023.
Questionado se a Instituição corre o risco de vir a encerrar valências ou a reduzir respostas, o Presidente da Cáritas Diocesana de Beja adiantou-nos “é uma coisa que está sempre em cima da mesa nas valências em que o desajuste entre as condições reais e as condições de financiamento são maiores” dando como exemplo a valência do refeitório social onde “corremos o risco de ter que “diminuir o número de utentes servidos para minorar as despesas ou então encerrar.”
“Se as atualizações em termos de financiamento não forem feitas está em cima da mesa um possível encerramento de valências ou a redução de serviços” concluiu.