Em 1986 a cidade de Évora foi considerada o melhor exemplo de cidade da idade de ouro portuguesa, após a destruição de Lisboa pelo terramoto de 1755. “O que torna único (este centro histórico) é ser um conjunto urbano excepcional, habitado, com um presente vivo e contemporâneo, e que se integra e revê, naturalmente e sem divisão no património arquitectónico, histórico, cultural e natural tão próprio desta cidade”, pode-se ler na declaração de valor da UNESCO.
Carlos Pinto de Sá, Presidente da Camara Municipal de Évora, falou à Rádio Campanário, da importância destes 30 anos para o município e para as populações. Considerando ter sido “uma historia muito bem sucedida,” quer seja pela estratégia de futuro, que um conjunto de técnicos do município, e outros apoios, na altura, desenvolveram. Tornando a candidatura viável e transformando “para melhor o futuro de Évora.”
A cidade de Évora “ passou a ter uma visibilidade económica, “internacional por bons motivos” tornando-se, para além das visitas turísticas, em elemento de estudo aprofundado.
Carlos Pinto de Sá salientou que, a classificação do centro histórico de Évora a Património Imaterial da Humanidade, trouxe “vários aspectos diferenciados” que contribuíram para o desenvolvimento económico da região.
O Património da cidade, de inigualável beleza e importância histórica, requer um trabalho árduo na sua conservação.
Segundo Carlos Pinto de Sá e devido “há evolução que o país sofreu nas últimas décadas,” existem actualmente coisas que precisam de ser feitas, mas que já deveriam ter sofrido intervenção atempada e deu como exemplo, “ o despovoamento do centro histórico.” Argumentando que a política urbanística de há umas décadas atras, politicas essas, “que apostavam na construção civil e no betão.” Levavam a que “ em vez de se olhar para as áreas urbanas consolidadas, e de grande valia, se valorizasse a construção” de novas urbanizações.
Acrescentando que “ estamos hoje a pagar as consequências, “ já que faltariam a Portugal à data do 25 de Abril de 1974, cerca de 800 mil habitações, para o excedente, dessas mesmas 800 mil habitações, na actualidade.” Passando o grande desafio do município, pela revitalização do centro histórico. Com medidas capazes de “ voltar a atrair residentes” para o local.
Quanto à actividade e dinâmica cultural retirada do centro histórico em benefício de outros locais da cidade, o Presidente da Camara, considera, que a mesma, é “compatível” com o centro histórico e necessária. Sendo essa dinâmica fundamental para atrair pessoas ao local, interligada com quem “habita” estes espaços.
“O património não é só a pedra, são as pessoas que o habitam,” assumindo que as políticas do município apostam “ em voltar a colocar Évora em termos internacionais, com a projecção que teve pelas boas praticas, relativas à preservação dos centros históricos.”
Foto:D.R.