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Carlos Zorrinho prefere “uma sociedade viva a protestar, do que uma sociedade desistente” (c/som)

O eurodeputado Carlos Zorrinho, eleito pelo PS, no seu comentário desta terça-feira, dia 06 de novembro, começou por abordar as notícias que dão conta de uma tensão crescente entre a Presidência e o Governo, sobre o caso de Tancos, referindo que esta “é uma questão muito complexa, é uma questão grave, não tanto por aquilo que aconteceu”, que “também não sabemos muito bem, ainda”.

Contudo, “se aconteceu o que parece que aconteceu, isso demonstra uma vulnerabilidade que o nosso sistema de Defesa não pode ter”. Por outro lado, “o tema está em investigação pela Justiça”, pelo que “é preciso esperar exatamente por essa investigação”, refere. Acrescentado que “neste caso até, um dos problemas que tornou ainda mais complexo o problema foi a intervenção de dois ramos da Justiça, a PJ e a PJ Militar”.

Ainda assim, “quanto às tensões entre o Primeiro-ministro e o Presidente da República, eu acho que a interpretação que tem sido feita por alguma imprensa, tem sido claramente exagerada”, por isso, “recomendo aos nossos ouvintes a verem os originais”, nomeadamente as declarações de cada um deles.

Além de sublinhar a fundamental separação de poderes entre cada um, Carlos Zorrinho acrescenta que “numa situação como esta, o apuramento daquilo que aconteceu compete à Justiça”, que “tem os seus tempos” e que “não são os tempos mediáticos”. “Um dos grandes problemas da nossa vida hoje, é que sociedade não tem paciência para esperar pelos tempos da Justiça, sendo que muitas vezes também, os tempos da Justiça nos tiram um bocadinho a paciência”, remata.

Sobre a proposta de suspensão do Dia da Defesa Nacional, avançada pelo BE, referindo o custo de 3 milhões de euros da iniciativa que substituiu o serviço militar obrigatório, Carlos Zorrinho diz que “pessoalmente, não concordo”. Pois, “uma das funções que dão identidade à não é exatamente a capacidade de garantir a segurança e de garantir o coração e os valores comuns que nos tornam um povo e uma nação e que nos dão integridade e identidade”.

Pelo que “independentemente de tudo isso, o princípio geral de que os nossos jovens em particular têm que ter um sentimento de pertença e um sentido de partilha e cooperação da defesa de algo que tem quase mil anos, que é o nosso país (…) vale bem o investimento” de 3 milhões de euros, diz o socialista. “Depois se ele é bem ou mal gerido, é uma questão que tem que se ver em detalhe”, explica.

Já acerca dos protestos dos professores e polícias realizados na abertura da Web Summit, em Lisboa, Carlos Zorrinho explica que “é óbvio que os polícias e os professores (…) só se vão manifestar à porta da Web Summit exatamente porque sabem que aí estão muitos jornalistas internacionais”, devido à dimensão que o evento trouxe para Portugal.

O eurodeputado salienta também que “nos países mais desenvolvidos e nos países mais ricos, há mais manifestações, há mais direito de manifestação, há mais direito de indignação, do que muitas vezes nos países mais pobres onde isso é muito mais limitado”.  Fazendo ainda um paralelo com o anterior governo onde “não havia praticamente manifestações, as pessoas estavam acabrunhadas” e “não tinham esperança”, nem “acreditavam que o país tivesse recursos sequer para descongelar carreiras, para atualizar escalões e agora nós começámos a poder fazer isso”, mas com “um bocado de equilíbrio”.

Nesse sentido, Carlos Zorrinho sublinha que prefere “antes uma sociedade viva a protestar, do que uma sociedade desistente”.

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