No passado dia 31 de julho, um incêndio de grandes proporções atingiu o Cineteatro Florbela Espanca. O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), Ceia da Silva, concedeu uma entrevista exclusiva para abordar a situação e os desafios que se colocam à reabilitação do espaço, que estava em obras financiadas pelo fundo europeu.
Ceia da Silva afirmou que o incêndio foi uma verdadeira calamidade, mas destacou o empenho e o cuidado da CCDR em acompanhar este processo, “o senhor presidente da câmara enviou-nos conhecimento que iria ser feita uma vistoria pela direção regional de cultura, que tem de dar o seu parecer nesta matéria, e que foi acompanhada por um técnico nosso da comissão de coordenação, portanto, houve esse cuidado”, afirmou o presidente da CCDR.
O Cineteatro Florbela Espanca estava a ser alvo de um projeto de reabilitação que incluía a substituição integral da cobertura e das cadeiras, a instalação de um moderno sistema de áudio, vídeo e iluminação cénica, além da conservação de caixilharias e das carpintarias. Iniciadas em 2021, as obras visavam resolver problemas estruturais que mantinham o espaço fechado há quase uma década.
Contudo, o incêndio causou danos significativos no edifício, comprometendo o prazo previsto para a conclusão da reabilitação. Ceia da Silva expressou a sua preocupação quanto ao prazo estipulado pelo fundo europeu, que exigia a conclusão da obra até 31 de dezembro de 2023, “tudo estava assente para que a obra pudesse ficar concluída nessa data, esta calamidade não o vai permitir, e portanto agora vamos ter que ver as possibilidades que existem”, disse o presidente da CCDR.
Na entrevista, Ceia da Silva explicou que as regras comunitárias são rigorosas e não permitem exceções quanto ao prazo estabelecido para a utilização dos fundos europeus. Destacou que o objetivo agora é acelerar a obra ao máximo e buscar alternativas para que a mesma esteja o mais adiantada possível até ao prazo limite, “estaremos sempre disponíveis para acompanhar, para estar próximos das autarquias, para que esta obra não tenha mais problemas. Da parte da CCDR há colaboração com a Câmara Municipal e com o senhor presidente”, afirmou.
O presidente da CCDR esclareceu que os fundos já utilizados até o prazo limite serão considerados, mas os que não forem utilizados até essa data terão que ser suportados pelo promotor. Reforçou que não há hipótese de prorrogação do prazo, mesmo em casos de calamidade, como o ocorrido noutras regiões europeias.