Este galardão, instituído pela Universidade de Évora (UÉ) em 1996, incide sobre o conjunto da obra de um autor que se tenha distinguido nos domínios da ficção ou do ensaio.
O júri, decidiu por unanimidade, atribuir o Prémio Vergílio Ferreira 2023 a Ndalu de Almeida, conhecido como Ondjaki pelo “contributo que Ondjaki faz para que a língua portuguesa seja língua de reconciliação e mesmo de consciência crítica para todos os falantes de português”.
A cerimónia de entrega do Prémio Vergílio Ferreira ao escritor Ondjaki, decorrerá no dia 1 de março de 2023, quarta-feira, numa sessão que terá lugar na sala dos Docentes do Colégio do Espírito Santo, pelas 16h.
Na edição referente a 2023, o júri, presidido pelo professor da Universidade de Évora Antonio Sáez Delgado, integra também os docentes universitários Eunice Ribeiro (Departamento de Estudos Portugueses e Lusófonos da Universidade do Minho); Fátima Freitas Morna (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa); Elisa Nunes Esteves (Escola de Ciências Sociais da Universidade de Évora) e Miguel Filipe Mochila (Crítico Literário).
Tal como nas edições anteriores, a cerimónia de entrega do galardão decorre na data em que se assinala o aniversário da morte do escritor Vergílio Ferreira (1916-1996), patrono do prémio e autor de “Aparição”.
Ondjaki nasceu em Luanda, Angola, em 1977 e estudou sociologia na Universidade de Lisboa. As suas obras incluem poemas como “Actu sanguíneu”, contos “Momentos de aqui”, livros infantis “A bicicleta que tinha bigodes” ou romances “Quantas madrugadas tem a noite” e “Bom dia, camaradas.”
Escreve também peças de teatro e roteiros de cinema. Recebeu inúmeros prémios, incluindo o Prémio Sagrada Esperança 2004 em Angola, o Prémio António Paulouro 2005 em Portugal, Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco em 2007, e o Grinzane for Africa 2008, na categoria de melhor jovem autor e, em 2013, recebeu o Prémio Literário José Saramago por seu romance Os Transparentes. Em 2012, o jornal britânico The Guardian nomeou-o como um dos cinco escritores africanos mais importantes. Os seus livros foram traduzidos para francês, italiano, alemão, inglês, sérvio, polaco e sueco. Em Umbundu, uma das línguas nacionais angolanas, Ondjaki significa “guerreiro”.
O Prémio Vergílio Ferreira foi atribuído, pela primeira vez, a Maria Velho da Costa, seguindo-se Maria Judite de Carvalho, Mia Couto, Almeida Faria, Eduardo Lourenço, Óscar Lopes, Vítor Manuel de Aguiar e Silva e Agustina Bessa-Luís.
Manuel Gusmão, Fernando Guimarães, Vasco Graça Moura, Mário Cláudio, Mário de Carvalho, Luísa Dacosta, Maria Alzira Seixo, José Gil, Hélia Correia, Ofélia Paiva Monteiro, Lídia Jorge, João de Melo, Teolinda Gersão, Gonçalo M. Tavares, Nélida Piñon, Carlos Reis, Ana Luísa Amaral e Helena Carvalhão Buescu foram os outros galardoados.