O presidente da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA), Hugo Hilário, considerou hoje “motivo de orgulho nacional” a classificação das Festas do Povo de Campo Maior como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.
“Esta classificação assume um motivo de orgulho nacional, mas também das gentes do Alto Alentejo, dos campomaiorenses, que fazem das festas uma arte sua, com as suas mãos e com os seus saberes”, afirmou Hugo Hilário, citado num comunicado da CIMAA.
Segundo responsável da comunidade intermunicipal, que agrega os 15 municípios do distrito de Portalegre, um deles Campo Maior, o ‘selo’ da UNESCO tem “um valor incalculável” para a promoção daquele território.
As Festas do Povo de Campo Maior, no distrito de Portalegre, foram classificadas, na quarta-feira, como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
A classificação foi atribuída no âmbito da 16.ª reunião do Comité Intergovernamental da UNESCO para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, que decorre em Paris (França).
“É com muito orgulho na promoção do Alentejo e, em especial do Alto Alentejo, que congratulamos a vila do distrito de Portalegre e a sua população por este reconhecimento mundial”, referiu Hugo Hilário, no comunicado.
A candidatura à UNESCO foi promovida pela Câmara e Associação das Festas do Povo de Campo Maior (AFPCM) e a Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo, com o apoio da Direção Regional de Cultura do Alentejo.
Tradição secular e realizadas pela última vez em 2015, as Festas do Povo de Campo Maior são conhecidas por apresentarem dezenas de ruas, sobretudo no centro histórico, ‘engalanadas’ com milhares de flores de papel, feitas pela população de forma voluntária.
Promovidos pela AFPCM, os festejos na vila alentejana são há muito reconhecidos internacionalmente pela sua originalidade e cariz popular, com os habitantes a prepararem a ornamentação das ruas durante meses a fio.
A iniciativa, agora distinguida pela UNESCO, já consta do Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, desde 2018.
Esta tradição, identitária de Campo Maior, tem vindo a ser transmitida de geração em geração, oralmente e de forma informal, com os mais velhos a ensinarem aos mais novos os ‘segredos’ da elaboração das flores que ornamentam os espaços públicos da vila.
Com esta nova classificação, Portugal passa a deter nove manifestações culturais nacionais reconhecidas pela UNESCO.
As outras tradições portuguesas com este ‘selo’ são o fado, a dieta mediterrânica, o cante alentejano, a arte chocalheira, a louça preta de Bisalhães, a falcoaria, a produção artesanal do figurado de barro de Estremoz e o Carnaval de Podence.