A Câmara Municipal de Évora iniciou, no passado mês de outubro, a primeira fase do projeto-piloto para o estudo e mapeamento das cisternas e de outros imóveis hidráulicos de valor histórico, arquitetónico e funcional que se encontram em diversos edifícios do centro histórico.
Em colaboração com várias entidades, proprietárias ou gestoras desses edifícios históricos, torna-se possível o acesso a estes equipamentos que, outrora, foram essenciais para o abastecimento de água, permitiam a manutenção dos espaços e eram imprescindíveis para os seus residentes.
A valorização do antigo sistema hidráulico e a sua salvaguarda poderá constituir uma premissa para a procura de soluções alternativas, já que a instabilidade, mudança e evolução do clima, mais do que nunca, exigem novas soluções para poupança e reaproveitamento, mais eficaz, deste bem tão precioso que é a água.
Em climas mediterrânicos, pela sua escassez, a água tendia a ser gerida tendo em conta o seu reaproveitamento através de soluções de armazenamento, sendo a água pluvial guardada no interior de cisternas durante o inverno para ser utilizada durante o longo período de estiagem.
As cisternas urbanas são parte de uma importante rede hídrica que incluía a recolha, a canalização e a distribuição da água no espaço público e privado. Ao longo do tempo, com a implementação do sistema de abastecimento ao domicílio, a maioria das cisternas foram desativadas e votadas ao abandono.
O presente projeto, que passará por algumas etapas, tendo em vista sobretudo o mapeamento e estudo destas estruturas, a verificação do seu estado de conservação, o levantamento métrico-construtivo e o desenho de propostas de valorização funcional/patrimonial, teve como resultado, até à data, o mapeamento de cerca de duas dezenas de estruturas hídricas, tendo sido confirmadas seis cisternas em relativo bom estado de conservação, das quais cinco foram consideradas de interesse relevante.
No final do primeiro semestre de 2023 será apresentado publicamente o resultado desta primeira fase. Colaboram com a Câmara Municipal de Évora, a Diocese de Évora, a Universidade de Évora, o Ministério da Defesa Nacional – Exército Português, a Fundação INATEL e o Palácio dos Duques de Cadaval