O programa do Festival de Música Contemporânea de Évora será levado a cabo por cerca de duas dezenas de músicos de elevado reconhecimento nacional e internacional e decorre de 15 a 17 de outubro.
O Síntese — Grupo de Música Contemporânea, sediado na Guarda, fará a abertura o do festival. É um dos ensembles portugueses mais ativos dedicados exclusivamente à interpretação de música dos nossos dias, com especial atenção à música de compositores portugueses ou residentes em Portugal, conforme divulgado pelo município de Évora.
Uma das atividades mais especiais deste programa, pelo envolvimento com a comunidade local, é o teatro musical “Bartolomeu, o voador”. É da autoria do compositor Jaime Reis e trata-se de uma homenagem a Bartolomeu de Gusmão e José Saramago. A sua interpretação envolve um coro comunitário com elementos do Coral de Évora e do Coro da Universidade de Évora. A direção musical é do Maestro Pedro Nascimento e a encenação de Paulo Alves Pereira, contando com uma equipa artística composta por alunos e professores na Escola de Artes da Universidade de Évora.
O Ensemble DME, ensemble residente do festival DME, tem maioritariamente dedicado o seu trabalho à interpretação da música erudita contemporânea. No seu concerto escutaremos a interpretação de uma obra seminal da corrente Espectralista, da autoria de Gérard Grisey — Vortex Temporum, e ainda uma estreia absoluta do compositor Amílcar Vasques-Dias.
O concerto de domingo à tarde focará um compositor que tem uma ligação especial com a cidade de Évora: Pedro Latas, jovem compositor natural desta cidade, actualmente a realizar os seus estudos em Haia (Holanda).
O festival fecha com o concerto do Quarteto Diotima, um dos mais conceituados quartetos de cordas da atualidade. O seu repertório abrange música desde o século XIX até aos dias de hoje, tendo trabalhado diretamente com alguns dos compositores mais marcantes da segunda metade do século XX, como Pierre Boulez e Helmut Lachenmann.
Dentro do programa a apresentar, destacamos uma estreia absoluta de Luis Naón, professor no Conservatório Superior de Música e Dança de Paris, para quarteto de cordas e electrónica, obra que requer um sistema imersivo de difusão de som, constituído por dezasseis colunas à volta da audiência.