Os testes de pré-arranque nas Estações de Tratamento Águas Residuais (ETAR) de Barbacena e São Vicente tiveram início esta quinta-feira, dia 27 de setembro, prevendo-se que entrem em funcionamento nos próximos meses.
Este início da fase de testes foi acompanhado pelo secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, que em declarações à Campanário reconheceu que em o Alentejo “tem, por um lado, sido vítima de deixar pequenos núcleos populacionais para uma segunda fase”, mas afirma que o Governo desde a primeira hora encarou que “tinha de chegar aos territórios de mais baixa densidade”.
Nesse sentido, o governante destaca o “trabalho muito entrosado” com os municípios alentejanos, sobre o qual afirma ser gratificante ver concelhos que eventualmente “estavam mais atrasados, são aqueles que agora têm taxas de cobertura mais elevadas, ultrapassando até os 90%”, tal como Elvas.
Concelhos que eventualmente “estavam mais atrasados, são aqueles que agora têm taxas de cobertura mais elevadas”
Uma cobertura de 90% é mesmo o objetivo traçado pelo Governo, através do plano estratégico Pensar 2020, embora Carlos Martins reconheça que “há sempre pequenos núcleos que nunca encontrarão através de soluções centralizadas a solução para o seus problemas”.
Ainda assim, o governante aponta para novos desafios, como é exemplo a autarquia de Elvas, onde deixou em aberto “a possibilidade de a partir das águas residuais tratadas na ETAR de Elvas podermos fazer uma rede secundária que vá permitir a reutilização num território que tem carências de água”, procurando assim que as zonas verdes da cidade “possam vir a beneficiar destes investimentos e de alguns complementares”, assim como os agricultores deste concelho.
Também à RC, o presidente do Município de Elvas, Nuno Mocinha, relembra que a cobertura de tratamento de águas residuais era “um desígnio” tanto para o Governo como para a autarquia elvense, onde destaca o trabalho conjunto entre a tutela, a Câmara Municipal e a empresa Águas do Vale do Tejo.
Segundo o autarca, o trabalho nas redes de tratamento de águas resíduas continua no município, como é o caso das localidades de Varche e Calçadinha, uma obra realizada pelo município.
Objetivo é atingir uma cobertura de “perto de 100 por cento” de cobertura
Neste âmbito, Nuno Mocinha recorda a ETAR de Vila Fernando já concluída e em pleno funcionamento, sublinhando que o objetivo é atingir uma cobertura de “perto de 100 por cento” no concelho.
Barnabé Pisco, administrador a empresa Águas do Vale do Tejo, explicou à RC que as novas ETAR de Barbacena e S. Vicente, cada uma delas, irão servir uma “população de cerca de 700 habitantes cada, a que corresponde um caudal tratado diário na ordem de 110 a 120”, empreitadas que têm “um custo associado de 380 mil e 357 mil, respetivamente”.
ETAR irão servir uma “população de cerca de 700 habitantes cada”
Estas novas infraestruturas “garantem uma cobertura praticamente total destes aglomerados populacionais”, sobre as quais explica que são duas ETAR “compactas, com uma fisionomia e um enquadramento que é simples e não tem muito à vista”, que utilizam o “mínimo possível” em termos de consumo energético”.
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