O PSD/Évora considerou hoje inaceitável que “apenas” uma verba de 150 mil euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) esteja destinada à requalificação e conservação do património local e exigiu “maior dotação financeira” para o concelho.
Num comunicado enviado à agência Lusa, a concelhia de Évora do PSD exige “maior dotação financeira do PRR destinada à requalificação e conservação dos museus e monumentos do Estado para o concelho de Évora”, onde o centro histórico da sede do município é Património Mundial da Organização das Nações Unidos para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
“Não é minimamente aceitável que a verba do PRR nesta área tão sensível e estratégica para Évora corresponda a apenas 0,1% dos 150 milhões destinados para estes fins”, criticou o presidente da concelhia, Henrique Sim-Sim.
O responsável, citado no comunicado, argumentou que não é assim que se combatem as assimetrias regionais e ‘apontou o dedo’ diretamente ao primeiro-ministro, António Costa.
“Vemos António Costa a falar do apoio ao interior e do combate às assimetrias regionais, mas, na verdade, na hora da decisão e da atribuição de verbas, os museus e equipamentos culturais de Lisboa vão receber mais de 100 milhões de euros e o nosso concelho recebe apenas 150 mil euros”, frisou.
O PRR para a área da Cultura tem uma dotação global de 243 milhões de euros, dos quais 150 milhões dizem respeito ao Património Cultural e 93 milhões serão aplicados em Redes Culturais e Transição Digital, revelou o Governo, no início deste mês.
No Alentejo, vão ser aplicados 2,6 milhões de euros em obras de conservação e reabilitação no Museu Regional de Beja – Rainha D. Leonor e 214.500 euros no Sítio Arqueológico de São Cucufate (Vidigueira), no distrito de Beja, estando ainda previstos 150 mil euros para o Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, em Évora.
Para a concelhia social-democrata, a atribuição torna-se particularmente insuficiente quando Évora é cidade candidata a Capital Europeia da Cultura em 2027.
O concelho, realçou, “é hoje o principal destino turístico do Alentejo, correspondendo a 28% dos hóspedes que pernoitam em toda a região” e concentrando “42% de todos os hóspedes estrangeiros” nas unidades turísticas alentejanas, pelo que é “um importante motor económico do território”.
“A aposta na requalificação do património histórico do Estado é fundamental nestes territórios, não só para garantir boa preservação dos edifícios, história e identidade, mas também para alavancar processos de desenvolvimento económico, social e cultural com base nos valores patrimoniais”, defendeu a estrutura do PSD.
A concelhia exigiu que os critérios utilizados para atribuição desta verba ao museu de Évora e ao concelho sejam, “pelo menos, revistos, a fim de ser alcançada maior justiça territorial”.
C/Lusa