Dezoito camas, a maioria em unidades de turismo, já foram disponibilizadas no concelho de Viana do Alentejo, distrito de Évora, para o acolhimento de refugiados da guerra na Ucrânia, revelou hoje o presidente do município.
O autarca de Viana do Alentejo, Luís Miguel Duarte, indicou à agência Lusa que só uma unidade de turismo, situada na sede de concelho, tem disponível para refugiados a totalidade dos quartos, seis, com capacidade para, “pelo menos, 12 pessoas”.
Outras duas unidades de turismo rural, na freguesia de Alcáçovas, disponibilizaram um quarto cada uma, com um total de quatro camas, e um particular “ofereceu a sua própria casa”, em Viana do Alentejo, para albergar dois refugiados, disse.
Luís Miguel Duarte assinalou que para o acolhimento “urgente” de refugiados que possam chegar a este concelho alentejano foram disponibilizadas mais quatro camas no quartel dos Bombeiros Voluntários de Viana do Alentejo.
“Estamos também a fazer uma campanha de sensibilização para que particulares possam acolher refugiados nas suas casas”, adiantou, referindo que os interessados devem inscrever-se junto da câmara e das juntas de freguesia.
A Câmara de Viana do Alentejo tem vindo igualmente a prestar “apoio logístico” a várias instituições do concelho que estão a recolher roupa, bens alimentares e medicamentos para enviar para a Ucrânia.
Também já foram “definidos mecanismos de apoio social, designadamente a nível de alimentação, roupas e medicamentos, e, visando o acompanhamento da integração na escola, apoio psicossocial, contacto com familiares na Ucrânia e procura de emprego”, acrescentou.
A comunidade ucraniana que, atualmente, reside e trabalha no concelho de Viana do Alentejo ascende a cerca de 50 pessoas.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 816 mortos e 1.333 feridos entre a população civil, incluindo mais de 130 crianças, e provocou a fuga de cerca de 5,2 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,2 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.