A Direção Regional de Cultura do Alentejo (DRCAlentejo) e o Cabido da Sé de Évora organizam o concerto inaugural do órgão renascentista da Catedral de Évora, dia 13 de maio, às 16 horas, para assinalar o seu recente restauro. A intervenção de que beneficiou o monumental órgão, de 1562, resultou de uma parceria que integrou diversos intervenientes entre os quais a Arquidiocese de Évora; a DRCAlentejo; a Associação Kamakura Portugal – que através de um importante apoio mecenático do seu Presidente, Genjiro Ito, permitiu renovar a forte ligação entre Portugal e o Japão e restaurar este relevante bem patrimonial -, a Cidade de Oita – Embaixada do Japão em Portugal.
O órgão renascentista da Catedral de Évora, além da sua importância musical, detém um elevado valor cultural, histórico e artístico, e é um dos mais importantes do património organístico português. Tendo beneficiado de várias intervenções ao longo do tempo, em 1760 foi remodelado por Pascoal Caetano Oldovino, que manteve a maior parte dos seus tubos do século XVI e construiu de novo apenas os considerados necessários. Em 1967 o órgão foi restaurado pela firma Flentrop, restauro de grande qualidade que se tornou num paradigma para as perspetivas do restauro internacional da época.
O seu mais recente restauro, que agora inauguramos, decorreu entre os anos 2021 e 2022, pela empresa italiana Ditta Artigiana Formentelli SAS, realizado por organeiros de reconhecimento internacional, profundamente conhecedores da estética italiana, e de elevado profissionalismo.
O órgão da Sé de Évora é conhecido no japão, desde o século XVI, graças à Missão Tensho, a primeira Embaixada japonesa que se dirigiu à Europa com destino a Roma. Esta Missão tem uma enorme importância para o conhecimento das relações entre Portugal e o Japão e para a história diplomática, cultural e das mentalidades. A convite do Arcebispo de Évora, na altura Dom Teotónio de Bragança, a embaixada deslocou-se a Évora e Vila Viçosa, antes de continuar o seu percurso. A 14 de setembro de 1582, em Évora, os Embaixadores Japoneses da Missão Tensho tocaram neste órgão, com o qual ficaram muito impressionados. Atualmente, são muitos os japoneses que se deslocam a Évora para ver e ouvir o órgão, onde os seus antepassados nobres tocaram.