A venda das duas fábricas de Évora da fabricante de aeronaves brasileira Embraer foi concluída esta segunda-feira, ficando a espanhola Aernnova com a totalidade das ações das unidades, anunciaram as duas empresas.
Em comunicado conjunto, a Embraer e a empresa aeronáutica Aernnova revelaram a conclusão do acordo de parceria estratégia entre ambas, anunciado no início deste ano.
“Desta forma, a Aernnova passa a deter todas as ações da Embraer Metálicas e da Embraer Compósitos, num investimento que totaliza cerca de 174 milhões de dólares [aproximadamente 165,4 milhões de euros]”, pode ler-se.
Para a Embraer, “esta parceria é mais uma oportunidade para o aumento da capacidade produtiva” destas unidades fabris localizadas no Alentejo.
“Além de fornecer componentes para a aviação comercial, executiva e área de defesa da empresa, existe a expectativa de aumento da produção de componentes para outros fabricantes aeronáuticos globais”, disseram, acrescentando que tal facto vai implicar “mais empregos” nesta região portuguesa, “além de um potencial crescimento das exportações”.
“Dessa forma, as fábricas em Évora também contribuem para o aumento da capacidade de produção aeronáutica da região do Alentejo e garantem uma posição de referência no Cluster Aeronáutico de Portugal”, referiram as empresas.
O acordo também “está em linha com a estratégia de crescimento da Aernnova”, pois, reforça a companhia como “uma líder global em ‘design’ e produção” de componentes aeronáuticos.
Segundo o comunicado, a Aernnova pretende “aumentar a capacidade de produção dos centros de excelência em Évora, cuja operação tem uma importância estratégica para os produtos atuais e futuros da Embraer”.
A parceria “reforça a posição da Aernnova como fornecedora de primeira linha para aeronaves de corredor único, avançando a posição da companhia nos mercados de aeronaves executivas e de defesa”, acrescentaram.
As atividades nas fábricas alentejanas “adicionarão cerca de 157 milhões de euros em receitas para a Aernnova” e permitirão “a assinatura de novos contratos, seja com a Embraer ou com outros fabricantes”.
Apesar da venda das unidades, a Embraer afiançou que “mantém” o seu “compromisso estratégico com Portugal”, país onde, fora do Brasil, “mais investe em capacidade industrial”.
“Exemplo disso é o investimento anunciado recentemente de 74 milhões de euros na OGMA para trazer para Portugal a manutenção dos motores GTF da Pratt & Whitney, usados pela nova geração de aviões comerciais”, o que vai permitir criar “300 postos de trabalho e poderá triplicar o volume anual de negócios para 600 milhões de euros”, de acordo com o comunicado.
Em 12 de janeiro passado, a Embraer anunciou a venda das duas fábricas em Évora à espanhola Aernnova Aerospace, por cerca de 151 milhões de euros.
Estas fábricas, inauguradas em 2012, envolveram um investimento inicial a rondar os 180 milhões de euros e, dois anos depois da abertura, a Embraer criou também um centro de engenharia e tecnologia na cidade alentejana.
Nas unidades, com 500 colaboradores, são produzidos, entre outros, componentes para asas e estabilizadores verticais e horizontais para programas aeronáuticos da Embraer, nomeadamente dos aviões executivos Praetor 500 e Praetor 600, das duas gerações do avião comercial E-Jet e da aeronave KC-390 Millennium.
C/Lusa