O advogado de João Nabais, prescindiu de 162 testemunhas no decorrer da audiência, revelando que “todas as testemunhas da acusação terem corroborado a tese da defesa”, e que “as únicas que não o fizeram eram adversárias politicas do senhor João Nabais”, disse o causídico ao Jornal de Notícias.
Recorde-se que o ex-presidente da Câmara Municipal de Alandroal está acusado de 207 crimes de peculato, que o Ministério Público justificou com a alegada apetência por “diversão noturna” e “turismo sexual”, sendo 117 crimes de peculato e 90 de peculato de uso, por cerca de 120 viagens feitas durante dois mandatos em que presidiu à autarquia alandroalense (2002-2009), pelo PS.
Ainda segundo o Ministério Público, houve apropriação ou uso abusivo de bens públicos em 89 viagens a Lisboa e em 30 à Madeira, aos Açores e 12 a países estrangeiros, no valor de 640 mil euros.
Em causa estão também as cinco viagens a Cuba, justificadas com a “necessidade de dar apoio aos idosos do concelho num país desconhecido”, no âmbito do “Programa Milagre” promovido pela Câmara de Alandroal que garantiu a 50 idosos operações às cataratas, que custou aos cofres da autarquia 116 mil euros.
Com esta decisão o advogado Luís Filipe Pereira comete uma ousadia processual justificada pela “confiança inabalável na absolvição”.
A Rádio Campanário contatou por diversas vezes o escritório do advogado de João Nabais, Luis Filipe Pereira, que se mostrou indisponível para prestar declarações.