A reivindicação da regionalização é um dos temas centrais do congresso que irá decorrer a 2 de abril do próximo ano, promovido pela comissão Dinamizadora de AMAlentejo.
A decorrer no Centro de Conferências em Tróia com o lema “Mais Poder Local – Mais Democracia – Melhor Alentejo”, o congresso pretende contar com a presença de todos os que amam o Alentejo e desejam o seu desenvolvimento económico e social, valorizam e defendem o poder local democrático e desejam a regionalização administrativa do continente consagrada por unanimidade na Constituição da República desde 2 de abril de 1976.
Em declarações à Rádio Campanário, José Soeiro da Comissão Dinamizadora de AMAlentejo diz que “é importantíssimo falar sobre estas matérias, é necessário que todos se empenhem no convite de entidades e regiões da Europa que nos permitam apreender melhor as vantagens que iremos ter com a regionalização (…) são três temas que são do interesse de todos que querem ver o contrário da situação, do descalabro que temos vindo a viver”.
José Soeiro salienta que no congresso não se irá falar do passado mas “do que é que podemos fazer e o que o poder local e as regiões administrativas nos podem dar de ganhos nestas matérias”.
Quando questionado sobre a temática da regionalização administrativa e quais os pontos de vista que defende, José Soeiro enumera as muitas coisas que podem mudar, porque “compete às regiões administrativas os planos de desenvolvimento regional, e nós nestes 40 anos temos vivido sem rumo, sem estratégia, a definição da politica para a região que tem sido feita através do poder central que os interesses, naturalmente, deviam ser de desenvolvimento de todo o país, mas na verdade, a lógica tem sido acentuar a litoralização e não de olhar para o interior, um espaço importantíssimo para o desenvolvimento do país”.
“Todos os partidos, por unanimidade votaram a favor de uma lei que pode ser melhorada e onde estão reunidas todas as competências das regiões administrativas, mas na verdade o que nós temos neste momento é uma Comissão de Coordenação Regional do Alentejo, e não está em causa as pessoas que presidem à mesma, o que está em causa é tratar-se do poder central que está a ocupar um espaço que é do poder local, entendemos que até à criação das regiões administrativas em concreto, que gostaríamos que fosse uma coisa rápida, mas até lá deveria ser o poder local a definir a estratégia”, assinala.
José Soeiro alerta que “é ao poder central que cabe dialogar, quer em termos de Europa, quer em termos de outras entidades, em nome do Alentejo, quando na verdade isso deveria ser uma atribuição das regiões administrativas”.
A concluir salienta que “basta olhar para as obras do poder local que fazem muito mais obra com muito menos dinheiro para compreendermos que a proximidade às populações é uma vantagem”.