Decorreu hoje em Évora o encerramento do Congresso internacional “Mármore do Alentejo: da História ao Património”. organizado pelo Centro de Estudos de Cultura, História, Artes e Patrimónios – CECHAP., onde a importância do sector dos mármores para o desenvolvimento social e económico da região do Alentejo e o seu valor estratégico estiveram em debate.
A Rádio Campanário esteve presente nesta iniciativa e falou com Carlos Fiolhais, um dos cientistas e divulgadores de ciência mais conhecidos em Portugal, convidado para a sessão de encerramento deste congresso dos mármores do Alentejo.
Segundo nos explicou” a propósito do mármore tentei juntar coisas como ciência, tecnologia e arte” acrescentando “o mármore é uma matéria-prima, aqui muito abundante, uma riqueza imensa entre Borba, Estremoz, Vila Viçosa e do outro lado Sousel e que é de fato o centro do mármore, não só em Portugal como na península Ibérica.”
Para este investigador “há uma riqueza incomensurável que se pode medir e quando o fazemos vemos que há aqui reservas de mármore para séculos” referindo ainda “há uma matéria prima que é valiosa e que há que saber explorar e aproveitar para o desenvolvimento da região.”
Carlos Fiolhais refere igualmente “que o mármore sempre foi uma matéria prima da arte, e sempre suscitou o engenho humano para a saber explorar melhor e portanto hoje em dia usamos já métodos muito sofisticados para corte, para desenho de peças.”
O cientista defende igualmente “agora o segredo é juntar tudo: a matéria prima, a ciência, a tecnologia, a arte; falta criar esta marca que devia ser uma marca do mundo, o mármore do Alentejo.”
Para que isto possa acontecer, Carlos Fiolhais defende que é preciso juntar vontades e segundo nos referiu o próprio “este congresso mostrou que isto era possível”.
Questionado sobre uma possível necessidade de transformação em todos os setores, aliando a formação específica para os recursos humanos, Carlos Fiolhais disse “não se consegue nada sem haver pessoas e pessoas coligadas com objetivos; depois de formulado o objetivo temos que perceber que meios é que vamos por à disposição para juntar as pessoas” sublinhando que “a isto chama-se fazer projetos, criar emprego, fazer desenvolvimento.”
Carlos fiolhais questiona ainda “como é que vamos transformar uma região que é interior de Portugal, onde não há pessoas?” sublinhando “temos aqui recursos naturais que permitiriam inverter esta situação, mas para isso são precisos projetos claros e instrumentos financeiros que o propiciem.”
O cientista considera ainda muito importante que “os municípios saibam ultrapassar as fronteiras que é muitas vezes uma dificuldade de Portugal” acrescentando “nós estamos divididos em quintas e era preciso fazer daqui uma propriedade grande para que as pessoas tivessem no seu imaginário a ideia de Alentejo como sítio da pedra bonita.”
Carlos Fiolhais termina referindo “o Mármore é nosso e deve ser posto ao serviço do nosso desenvolvimento.”