O alerta foi dado em Borba pelo secretário de Estado da Agricultura na abertura da Festa da Vinha e do Vinho. Exemplificou João Moura como a própria Prevenção Rodoviária mostra a imagem de um copo de vinho associada ao excesso de álcool na estrada, dando a ideia, junto da população, de que o vinho “é um elemento nefasto”, provocador de acidentes.
O governante assumiu que é hora de “contrariar esta tendência”, que tem passado uma mensagem que prejudica o mercado vinícola português.
“O aspeto visual é sempre muito importante”, admitiu o governante, garantindo que os produtores poderão contar com a firme oposição do Ministério da Agricultura à proposta da Organização Mundial de Saúde em impor rótulos ao vinho português com imagens semelhantes às dos maços de cigarros.
“Quer comparar um copo de vinho com um shot que um jovem bebe num bar? Não queremos dizer que o shot é mau e o vinho é bom”, insistiu, alertando como o vinho se cruza habitualmente com “os grandes momentos. Deu o exemplo dos pedidos de casamento às próprias missas.
Uma narrativa que mereceu o aplauso de Francisco Mateus, presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana que acompanha a ideia, segundo a qual, “não é correto continuar a associar a imagem do vinho” aos acidentes rodoviários como tem sido prática das próprias autoridades nos últimos tempos.
“Não sei se é irrefletido, mas no momento em que nós estamos isso está correto? Provavelmente não. Essas comunicações têm que ter algumas orientações no sentido de não estarmos a passar mensagens que acabam por estar a prejudicar um produto nacional”, resume o mesmo dirigente.