Na Caldeira de Troia, zona protegida pela Rede Natura 2000, encontra-se em curso a aprovação de um empreendimento da iniciativa da Sonae Capital, que inclui a construção de 125 moradias e um hotel, informa o Jornal Expresso.
Os ambientalistas do Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA) e da Associação Dunas Livres alertam para os riscos associados a este investimento, numa das áreas mais sensíveis do concelho de Grândola. Os estudiosos do ambiente reforçam que o empreendimento urbanístico será desenvolvido na Zona Especial de Conservação (ZEC) do Estuário do Sado, o que na sua óptica seria enquadramento suficiente para inviabilizar a continuidade da obra.
A dimensão do empreendimento implicará a perda irreversível de habitats e de espécies de fauna e flora, o que os ambientalistas consideram uma enorme negligência em relação ao património natural. Adicionalmente, registam-se possíveis impactos arqueológicos, analisando-se o facto do projeto estar desenhado num local onde estão identificadas ruínas romanas. Os agentes ambientais argumentam que a Declaração de Impacto Ambiental apresentada pela Sonae tem 13 anos, o que dificilmente pode corresponder às necessidades ambientais da atualidade.