Os idosos e funcionários dos lares que estiveram infetados há mais de três meses vão ser vacinados contra a covid-19, antecipando para metade o prazo previsto para receberem a vacina.
Fonte do grupo de trabalho que coordena a logística da vacinação adiantou à agência Lusa que a Segurança Social identificou cerca de 8600 pessoas por vacinar nos lares de idosos, entre utentes e funcionários destas estruturas. Deste universo, cerca de 4500 estiveram infetadas, “não tendo por essa razão sido vacinadas”, enquanto 2500 já se encontram vacinadas com pelo menos uma dose.
“Em virtude do risco acrescido da maioria deste universo, face à sua idade avançada, a “task force” da vacinação e a Direção-Geral de Saúde (DGS) avaliaram ser prudente abrir-se uma exceção ao previsto na norma 002/2021 e proceder à vacinação de todos os funcionários e utentes que foram infetados há mais de 3 meses (e não 6 meses)”, adiantou a estrutura liderada pelo vice-almirante Gouveia e Melo.
A norma da DGS indica que as pessoas que recuperaram de infeção pelo vírus há pelo menos seis meses podem ser vacinadas, mas receberão apenas uma dose de vacina, tendo em conta que, por já terem tido a doença, têm uma imunidade natural considerada boa.
O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), Lino Maia, disse hoje que não se devia esperar seis meses para vacinar pessoas recuperadas da covid-19, defendendo que esse período deveria ser reduzido para três meses. “Eu não sou perito na área, mas gostaria que não estivéssemos à espera dos seis meses [para vacinar recuperados]. Gostaria que fosse à volta dos três meses porque seria uma medida preventiva que daria algum conforto”, considerou Lino Maia à Lusa.
O presidente da CNIS disse recear uma nova vaga de surtos nos lares portugueses “porque o estar vacinado não quer dizer que se esteja absolutamente imunizado, e também porque ainda há pessoas por vacinar, entre utentes e trabalhadores, pelo que há alguma fragilidade”.
Em relação aos trabalhadores não vacinados nos lares, Lino Maia considerou “que são poucos”, mas que “as instituições devem, se possível, colocá-los em atividades que não impliquem interação com utentes”. “Mesmo no que toca a contratações, devem admitir-se aqueles que estão vacinados” em detrimento dos que não estão, defendeu.
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