O Professor Carlos Antunes, a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, convidado da TVI24 ontem à noite, analisou como está a ocorrer a evolução atual da pandemia em Portugal. O especialista começou por afirmar que “a confirmação do pico, da passagem pelo máximo do número da incidência, é sempre feita a posteriori, uma vez que os números para que olhamos têm sempre um atraso”.
Carlos Antunes apontou também – e tendo em conta que já nos encontramos em confinamento há duas semanas – que “conseguimos identificar que todas as regiões já passaram pelo máximo da incidência, incluindo Lisboa, que era aquela que ficou um bocadinho mais tarde a passar por esse pico”.
Já em termos de óbitos, é também uma resposta que “surpreende”, mostrando que “nem todas as vagas são iguais”. “Nós, em novembro e dezembro, vimos um atraso na resposta dos óbitos face à diminuição da incidência e, neste caso, os óbitos responderam primeiro que o número de internamentos”, advogou Carlos Antunes.
O professor advogou ainda, na mesma intervenção, que, no que ao final do confinamento diz respeito, “não podemos olhar só para os números”. “Temos de fazer uma análise multiparâmetro e indicador. A incidência mostra uma tendência que aponta para um final do mês de fevereiro com números pré-Natal. Contudo, há um efeito de saturação: a seguir ao pico há uma descida repentina e depois parece que o confinamento deixa de surtir o mesmo efeito”, considerou.
“Podemos estar em finais de fevereiro abaixo dos 2.500 casos [diários] e em termos de óbitos abaixo dos 100. […] Só em meados de março é que podemos atingir valores de internamento próximos de pré-Natal. O confinamento tem de se manter até final de fevereiro, para reduzirmos a pressão de novas entradas nos internamentos, essencialmente”, acrescentou Carlos Antunes.