A pandemia veio trazer consequências duradouras para o futebol dos escalões de formação no Alentejo. Clubes sem receitas para manter as equipas seniores a jogar e portas fechadas, são uma realidade.
Depois de quase duas temporadas desportivas afetadas pela pandemia Covid-19, prevê-se que entre as associações de Beja, Évora e Portalegre, apenas 10% dos jovens praticantes possa vir a retomar a atividade, avança a Semmais. Em números, isso representa uma perda de 7.000 atletas.
O Presidente da Associação de Futebol de Portalegre, Daniel Pina, confessa à Semmais que a situação é “muito grave”, tanto para os clubes, como para os jovens. Daniel realça que, com a ausência da interação no campo, “muitos deles terão problemas psicológicos, de obesidade e de enquadramento social.”
Em Évora, o cenário não é mais animador. Segundo revela o Presidente da Associação de Futebol, António Pereira, passou-se de um efetivo de 3.000 atletas jovens para apenas 300.
Os dirigentes dos clubes temem a saída de muitos atletas jovens, sem probabilidades do seu retorno. “Mesmo que seja possível reativar as equipas de formação, é certo que muitos jovens não vão voltar a jogar futebol. Ao fim de duas épocas parados, a maior já adquiriu outros hábitos”, frisa Daniel Pina.
Mais alarmante é a falta de receitas dos clubes, o que se poderá traduzir para o encerramento definitivo de alguns clubes.
“Os clubes estão quase a fechar portas. Não têm competição nem receitas. Apenas despesas. E todos os meses há contas para pagar. Tendo em conta essa situação, a Associação de Futebol de Évora já teve de suspender o pagamento das taxas dos jogos.”, adiantou à Semmais, o Presidente da AFE.
É de notar que a subsistência dos clubes regionais, passava muito pelas receitas que eram amealhadas através dos respetivos bares e da quotização.