Os hospitais alentajanos, de Évora e Beja, estão na lista das unidades hospitalares que estão a negar, de forma sistemática, o direito a acompanhante às mulheres em trabalho de parto, expresso na Lei 110/2019.
A denúncia avançada pela Rádio Renascença, sita Sara do Vale, representante da Associação Portuguesa pelos Direitos das Mulheres na Gravidez e Parto na audição da Comissão Eventual para o acompanhamento das medidas de resposta à pandemia de Covid-19, na Assembleia da República esta semana.
“Peremptoriamente, dizem às mulheres que não vai haver acompanhamento no parto. Nos hospitais de Évora e Beja não há acompanhamento, de todo. E dizem às mulheres (não por escrito, mas ao telefone e presencialmente) que se não quiserem assim, podem ir parir para outro sítio”, referiu.
A deputada socialista Susana Amador garantiu que vai apurar porque é que esses hospitais não estão a cumprir a lei e as orientações da Direção Geral de Saúde (DGS).
Na audição, foi ainda sublinhada a maior dificuldade que as grávidas têm no acesso a consultas de seguimento e exames, em tempo de pandemia.
Apesar da grande maior das mulheres continuar a ter os filhos no hospital, os partos domiciliários estão em crescimento, devidamente acompanhados por médicos e enfermeiras ou parteiras especializadas e por opção da mulher e da família.
Outro caso diferente é dos partos feitos em casa, sem assistência . “Esses são preocupantes”, referiu Sara do Vale.
Outra preocupação manifestada é com a mortalidade materna que tem vindo a subir e registou o pior resultado em 2018. Do ano passado ainda não há dados e portanto, ainda não é claro o impacto da pandemia.
Embora seja evidente que vai deixar marcas a nível psicológico, com todos os constrangimentos a que obriga.