Um estudo executado pela Ordem dos Médicos, aponta que dez meses após terem contraído SARS-CoV-2, apenas 48% dos infetados mantinham ainda imunidade natural.
Os resultados preliminares do estudo de vigilância imunológica levado a cabo pela Ordem dos Médicos em parceira com a Universidade Nova de Lisboa e os Laboratórios Germano de Sousa indicam para um baixo nível de imunidade natural, avança o JN.
Em paralelo com os dados deste estudo, outras investigações indiciam, que quanto maior a gravidade da doença, maior a robustez da imunidade. E que quanto maior a idade, maior também a imunidade.
Segundo avança o JN, Álvaro Carvalho, médico internista que apresentou, nesta manhã, o referido estudo, dos 460 indivíduos analisados e que tinham, no início abordagem, anticorpos, passados dez meses 225 mantinham aquela imunidade. Indivíduos que, em abril, farão uma nova colheita (a quinta), para vigilância imunológica.
É de salientar que 103 pessoas daquela amostra não compareceram em janeiro para a quarta colheita e que os investigadores tentarão agora estudar também em abril.
Da população estudada, precisou, metade eram profissionais de saúde e um terço utentes e trabalhadores em lares. Do total analisado, a larga maioria tinha tido sintomas ligeiros da doença, com apenas 6% da amostra com registo de hospitalização.
Perceber qual a proporção de hospitalizados nos 48% que revelaram imunidade no fim do estudo é algo que a Nova de Lisboa irá agora apurar em detalhe, no sentido de perceber como se comportam os anticorpos consoante a gravidade da doença.
Sabendo-se, por outro estudos, como explicou o professor Francisco Antunes, especialista em doenças infeciosas, que menos de 10% dos hospitalizados não tinham adquirido imunidade. “Regra geral, as pessoas com manifestações mais graves da doença têm robustez de anticorpos maior”, explicou em conferência de imprensa nesta manhã.
(Fonte: JN)