O presidente da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL), Vitor Proença, disse à Agência Lusa não prever problemas de excesso de banhistas nas praias da região devido à “grande dimensão do areal”, defendendo, contudo, o reforço da vigilância nas zonas balneares.
“No litoral alentejano temos um ‘mix’ de praias com uma grande dimensão de areal, entre Troia e a Costa do Norte, em Sines, e também um conjunto de praias de excelente qualidade, médias e pequenas. Os problemas mais agudos podem sentir-se nas praias mais pequenas ou de média dimensão com várias entradas”, afirmou hoje à agência Lusa o presidente da CIMAL.
Considerando ser importante sensibilizar as pessoas para as medidas que vão ser implementadas nas praias, devido à covid-19, o também presidente da Câmara Municipal de Alcácer do Sal, no distrito de Setúbal, disse ser “indispensável que o planeamento comece em casa” de cada banhista.
“A praia faz bem a todos e ainda mais nestes meses em que a situação de pandemia nos obrigou ao confinamento. Por isso, defendo ser indispensável que o planeamento comece em casa e não quando a pessoa está à procura de estacionamento para o carro”, sublinhou.
Sobre as medidas anunciadas pelo Governo relativamente à taxa de ocupação das praias, com uma sinalização “tipo semáforo”, o autarca alentejano defendeu que vai ter de “imperar o bom senso e o equilíbrio”, principalmente em algumas praias do litoral alentejano com uma “procura extraordinária nos meses de julho e agosto”.
Quanto à vigilância das zonas balneares, o presidente da comunidade intermunicipal, que integra os municípios de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines, no distrito de Setúbal, e Odemira (Beja), defendeu a necessidade de minimizar os riscos dos banhistas com um reforço de nadadores-salvadores.
“Os banhistas têm de ser defendidos, principalmente nas praias vigiadas, e há um défice de nadadores-salvadores, não só com a licença que têm de ter, como também no recurso a nadadores-salvadores brasileiros, que não podem vir. Por outro lado, temos de fazer face aos riscos dos banhistas e nesta matéria tem de ser encontrada uma solução”, afirmou.
O autarca disse olhar também com preocupação para os concessionários das praias, que têm mostrado “muitas dificuldades” no cumprimento das obrigações, e para os restaurantes junto às zonas balneares, admitindo o licenciamento da ampliação das esplanadas onde isso seja possível.
“Há uma matéria que não deve ser feita e que diz respeito à militarização das praias, isto é, algumas ideias que foram anunciadas e com as quais discordarmos como a colocação de militares das Forças Armadas a vigiar praias e a sensibilizar os banhistas, assim como não concordamos com a utilização de drones para avisar as pessoas”, concluiu.