Dois dos doentes infetados no segundo surto de covid-19 no hospital de Beja morreram e o número total de infeções subiu para 31, disse esta quinta-feira à Lusa a presidente da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA).
Conceição Margalha confirmou a existência de mais sete casos de infeção relacionados com o surto, sendo cinco de profissionais de saúde – três enfermeiros e dois técnicos superiores – e dois de doentes internados.
De acordo com a notícia avançada pela Sic Notícias, com a confirmação de mais sete casos, subiu de 24 para 31 o número total de infetados no surto, que inclui 23 profissionais de saúde e oito doentes, dois dos quais morreram, precisou.
Entre os profissionais de saúde infetados, há 13 enfermeiros, sete assistentes operacionais e três técnicos superiores e todos estão em isolamento em casa. Segundo a responsável, desceu de 79 para 75 o número de profissionais de saúde em vigilância ativa com isolamento profilático.
Devido ao número de profissionais de saúde ausentes por estarem infetados ou em vigilância ativa com isolamento profilático, os serviços afetados adaptaram os respetivos modos de funcionamento, “não se tendo procedido ao encerramento de qualquer serviço ou camas de internamento”.
Segundo explicou à Lusa Conceição Margalha, o segundo surto no hospital de Beja, que foi divulgado na passada quinta-feira, teve origem numa doente infetada que entrou no Serviço de Urgência Geral com uma patologia abdominal e depois teve indicação para cirurgia.
Por não ter sintomas compatíveis com covid-19 e, por isso, não ser um caso suspeito, a doente, antes de ser internada, ficou no Serviço de Urgência Geral, onde fez um teste de despiste da presença do vírus que provoca aquela doença e que deu resultado positivo.
Até ser conhecido o resultado do teste, o que demorou 24 horas, a doente infetou dois utentes que estavam ao lado dela no Serviço de Urgência Geral, os quais, por sua vez, e já internados num piso do hospital, infetaram outros três doentes, explicou a presidente da ULSBA.
Após a deteção da infeção na doente, foram feitos testes a outros doentes e a profissionais de saúde, o que permitiu detetar os restantes casos de infeção já confirmados.
O processo de monitorização diária do segundo surto no hospital de Beja envolve a Unidade de Saúde Pública, o Serviço de Saúde Ocupacional e o Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos da ULSBA.
Para garantir a segurança de todos e a manutenção da confiança institucional e cumprindo as orientações da Direção-Geral da Saúde, a ULSBA reforça “a importância do distanciamento físico, da higienização das mãos e do uso de máscara de proteção”.
O primeiro surto no hospital de Beja, que foi identificado em 24 de setembro e considerado ultrapassado em 21 de outubro, infetou 36 profissionais de saúde, todos já recuperados e a trabalhar.