Fonte oficial da empresa dizia terem sido suprimidos 13 comboios urbanos do Porto, 29 comboios regionais (entre os quais 15 supressões parciais e de parte do trajeto) e um comboio intercidades no Alentejo.
No balanço feito às 12:00, a CP afirmava que a greve de 24 horas dos trabalhadores tinha suprimido 43 comboios nas primeiras 12 horas, período em que circularam 506 comboios.
De acordo com o coordenador da Fectrans – Federação Nacional dos Transportes e Comunicações, José Manuel Oliveira, embora ressalvando que não podem “avançar com números concretos”, é possível dizer, “neste momento, que a maioria dos trabalhadores das empresas que estão envolvidas na greve estão efetivamente a aderir à mesma”.
Já o coordenador da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, Sebastião Santana, avançou à Lusa que a greve “está a ter uma importante expressão”.
“De uma maneira geral, os dados que vêm tanto da Fectrans como da Federação Nacional são de uma greve que está a ter uma importante expressão, embora possa não estar a ter visibilidade no que toca aos comboios, porque há uma série de substituições feitas pela empresa”.
E prosseguiu: “É uma greve que está a levar os trabalhadores à luta e a identificarem-se com ela”.
José Manuel Oliveira explicou à Lusa que a greve da CP e da IP “até pelo desenvolvimento tecnológico, a visibilidade dos serviços que estas empresas prestam, muitas vezes não está diretamente ligada ao número de trabalhadores que estão em atividade desde o início da manhã”.
Para o dirigente sindical, há, no entanto, “muitos serviços que não são visíveis e que estão em greve, nomeadamente, bilheteiras fechadas e mesmo as mesas de controlo de circulação, algumas delas estão a ser operadas por trabalhadores de chefias intermédias e por quadros superiores que estão a substituir os trabalhadores em greve”.
No caso dos trabalhadores das oficinas temos “uma grande adesão”, na ordem dos 90% e o que se pode ver é uma “demonstração de que os trabalhadores estão descontentes quanto à política salarial nestas empresas e que cada vez mais os salários de entrada são salários mínimos nacionais”.
Para Sebastião Santana, a adesão dos trabalhadores, nomeadamente dos do “quadro de pessoal transitório”, que são aqueles da “administração pública que continuam a trabalhar nas infraestruturas de Portugal, é difícil de aferir até porque há um grande número que agora estão em teletrabalho”.
Ainda assim, reconheceu à Lusa que está a haver “impactos nos serviços, principalmente nos de menos visibilidade, que é onde parte destes trabalhadores estão”.
A greve da CP foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF), afeto à CGTP, não tendo sido decretados serviços mínimos pelo Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social, sendo que pré-aviso de greve abrange todos os trabalhadores da CP e da IP.
Numa concentração de protesto em frente do Ministério das Infraestruturas, em Lisboa, contra “11 anos sem aumento”, os trabalhadores aprovaram uma moção, tendo uma delegação entregue o documento à tutela.
Os trabalhadores do setor ferroviário e das infraestruturas ferroviárias e rodoviárias reivindicam, nomeadamente, aumentos salariais para todos, a redução do horário de trabalho para as 35 horas, respeito pela contratação coletiva, a redução da idade de reforma e a melhoria do serviço público prestado.
Esta semana, o Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários suspendeu a greve parcial convocada para começar na terça-feira depois de o Governo se ter comprometido a voltar à mesa das negociações.
Com Notícias ao Minuto