Entre os dias 17 e 20 de Junho, Alter do Chão dedica o seu Culturfest ao romance histórico, transformando a praça de armas do seu castelo medieval em palco de conversas com historiadores e autores de romance histórico.
Isabel Stilwell, Miguel Real, Raquel Varela ou Domingos Amaral são alguns dos nomes que contribuirão para uma viagem no tempo, cruzando diversos momentos da história de Portugal, da reconquista às descobertas marítimas.
No coração do Alto Alentejo, o Culturfest, que há vários anos vem desenvolvendo um trabalho de programação cultural em diferentes áreas (teatro, música, dança) dedica este ano especial atenção à literatura, com especial enfoque no romance histórico.
A programação iniciar-se-á nos dias 17 e 18 com visitas de autores a todas as escolas do concelho, em que participarão autores como Afonso Reis Cabral, Carla Maia de Almeida, Joana Bértholo, Rachel Caiano ou Lúcia Vicente. Esta acção de promoção da leitura será complementada ainda com a oferta de um livro a cada aluno de Alter do Chão.
Paralelamente, às sessões na praça de armas, com início marcado para as 16h, decorrerá uma exposição de ilustração de Paulo Galindro, bem como oficinas infantojuvenis dirigidas por Olinda Beja. Haverá ainda lugar a uma acão imersiva de intervenção urbana, com a vila a acordar, nos próximos dias, com um conjunto de frases e versos escritas nas ruas, de forma a tornar esta viagem literária muito mais presente no quotidiano.
A viagem pela história de Portugal começará na noite do dia 18, sexta-feira, com uma conversa com Isabel Stilwell em torno de uma figura central no processo de Reconquista e independência de Portugal, D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques. Uma história mais atual do que nunca, já que se trata de uma mulher que se impôs num mundo de homens e em ambiente de guerra constante.
Na tarde de sábado, dia 19, as conversas vão navegar entre as memórias da rainha D. Amélia e a mudança de mentalidades em Portugal provocada pelo terramoto de 1755, através dos romances de Miguel Real. Nessa mesma tarde avançaremos até ao século XIX, para recordar as invasões francesas e a reacção ao império de Napoleão.
A programação de sábado termina com uma perspectiva diferente sobre a ocupação africana de Portugal, através das palavras da são-tomense Olinda Beja, que nos ajudará a compreender um processo de colonização visto a partir da perspectiva dos povos colonizados.
O último dia do Culturfest 2021 iniciar-se-á com uma conversa com a historiadora Raquel Varela sobre o processo de revisão histórica em curso. Em que medida pode a história ser reescrita à luz dos valores contemporâneos.
A programação encerrar-se-á com uma viagem a um dos períodos mais tumultuosos da história de Portugal, o reinado bicéfalo de D. José e do Marquês de Pombal, do terramoto que arrasou Lisboa, às intrigas palacianas que condenaram os Távoras.