D. Duarte Pio esteve ontem presente na Eucaristia da Imaculada Conceição, no Santuário de Vila Viçosa. O Duque de Bragança falou à Rádio Campanário sobre a “Rainha de Portugal”, tendo aproveitado para explicar que, após a consagração de Nossa Senhora da Conceição, os reis deixaram de ser coroados no nosso país. “Se forem ver as moedas dos reis, a partir de D. João IV não há coroação. O único que, talvez por não saber, aparece com coroa nas moedas é D. Manuel II”, esclareceu.
À margem da cerimónia, D. Duarte aproveitou ainda para comentar a aprovação da proposta da lei da Eutanásia na Assembleia da República, sendo que o documento segue agora para análise de Marcelo Rebelo de Sousa. “O Presidente da República terá de aceitar”, afirma o Duque que, ainda assim, acredita que é um tema “muito perigoso”. “As pessoas podem ser mortas sem querer. Se alguém quer morrer, não pode ser proibido. O risco é que comecem a ser os netos ou os sobrinhos a dizer que o familiar está tonto e começa a ficar muito caro, decidindo enviá-lo para a eutanásia”.
Mas D. Duarte não se coibiu de salientar que há outras leis mais perigosas em Portugal: “Muito pior no meu entender é a lei que já permitiu matar legalmente mais de 80 mil crianças, que não puderam nascer”. O herde
iro do trono aponta ainda o dedo ao Estado, afirmando que “se matam crianças porque o Estado não dá apoio às mães solteiras, às pessoas em situações difíceis, pois acha que é mais barato deixá-las matar”.
Durante a conversa com a Rádio Campanário, D. Duarte Pio aproveitou ainda para parabenizar os eborenses pela recente eleição da sua cidade como Capital Europeia da Cultura 2027: “´Évora é uma cidade que preservou muito bem a sua arquitetura. Não tão bem como Vila Viçosa, que é das vilas portuguesas que melhor preservaram a sua arquitetura e paisagem, mas fez um trabalho fantástico na preservação do seu património”.
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