Tal como a Rádio Campanário noticiou, e de acordo com informações avanças pela imprensa espanhola, Andaluzia está a solicitar ao Governo português que ative a Convenção de Albufeira para garantir o acesso à água em Huelva, onde já estão em vigor restrições de 50% no uso de água para fins agrícolas e de 10% para a indústria.
A Rádio Campanário falou com José Pedro Salema, Presidente do Conselho de Administração da EDIA , Empresa responsável Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, a este propósito.
José Pedro Salema, questionado pela Rádio Campanário que conhecimento tinha sobre esta matéria, adiantou-nos “eu penso que não haverá negociações entre os dois estados, pelo menos que nós tenhamos qualquer conhecimento.”
O Presidente da EDIA explica ainda que o que existe são “conversações em Espanha” acrescentando que as notícias vindas a público recentemente “são de movimentos entre de agricultores e beneficiários das infira-estruturas de regadio, os Governos da autonomia e os Governos centrais espanhóis.”
“Há alguma movimentação do lado de lá da Fronteira, que nós compreendemos e percebemos a razão de ser mas que tem que ser tido com algum cuidado e prudência porque a relação entre os dois países está perfeitamente convencionada por acordos muito antigos e há foruns próprios onde estas coisas se discutem” sublinhou ainda o responsável.
José Pedro Salema reitera que “os Agricultores e produtores de Huelva podem falar com o Governo de Andaluzia, de Madrid , podem falar com que entenderem mas a relação nos rios internacionais entre Portugal e Espanha tem um fórum e chama-se Comissão para o Acompanhamento do desenvolvimento da Convenção de Albufeira e esse é o fórum diplomático no qual se tratam estes assuntos .”
“Quem decide estas coisas é a República Portuguesa e o reino de Espanha” referiu ainda.
Questionado pela Rádio Campanário se, a existirem estas conversações, vê com bons olhos, enquanto responsável pela EDIA, a disponibilização de água da barragem do Alqueva para Espanha, José Pedro Salema sublinha “se sair alguma água para Espanha, é menos água que fica para Portugal.”
“Como a água não estica, se for mais para um outro destino que não está previsto, é menos que vai ficar para satisfazer os interesses dos que cá estão e que dependem da garantia de abastecimento” diz José Pedro Salema concluindo que “não podemos pensar na água que hoje está em Alqueva e na água que hoje faz falta em Andaluzia; é muito mais complicado que isso”.
O Presidente da EDIA termina sublinhando “nós quando gastamos água hoje podemos não a ter amanhã ou daqui a dois anos e é numa relação com o médio/longo prazo que nós devemos pensar nestas questões.”