Assinala-se esta quinta-feira, dia 4 de fevereiro, o Dia Mundial de Luta Contra o Cancro.
Para assinalar a efeméride, a Associação Oncológica do Alentejo (AOAL) pretende distribuir folhetos em várias localidades da região, no sentido de sensibilizar a população para a importância de hábitos de vida saudáveis e para a deteção precoce de uma doença que é a segunda causa de morte em Portugal.
Em declarações à Rádio Campanário, a presidente da AOAL, Maria Horta, referiu que com esta iniciativa pretende-se fazer prevenção porque “é por aí que tudo passa, o que é preocupante neste momento é que os últimos dados do Eurostat revelam que a incidência do cancro está a ser maior nas pessoas abaixo dos 65 anos (…) se na faixa etária acima é uma em cada três pessoas, na faixa etária abaixo, são duas em cada três pessoas e esta tendência não é só em Portugal mas também na Europa (…) são modos de vida que estão errados e têm que ser alterados e temos que fazer essa prevenção junto das escolas, junto das famílias e da comunidade em geral, é preciso combater a obesidade, o tipo de vida sedentária, uma alimentação diferente, há uma série de regras que têm que ser postas em prática para inverter a tendência da doença”.
Quando questionada sobre o número de doentes com cancro no Alentejo, Maria Horta declara que “são números que não estão atualizados porque é muito difícil obtê-los mas sabemos que o cancro da mama e do cancro colo-retal, os que mais afetam a população no Alentejo”.
Maria Horta falou ainda da principal função da AOAL, dizendo que a associação “assume-se como o provedor do doente oncológico e nessa medida tentamos dar resposta aos doentes que estão a fazer tratamento e que passam pelo nosso centro de acolhimento e as quais prestamos diversos serviços (…) acompanhamos os doentes e damos resposta a tudo o que precisam, por outro lado tentamos fazer prevenção e criar pontes a nível regional com os hospitais da região e a nível da Península Ibérica com a Andaluzia e com a associação oncológica espanhola, com quem trabalhamos em conjunto de modo a que todos beneficiem do que cada um está ou sabe fazer e seja mais proveitoso para o doente”.
Instada, anuncia que para além de Elvas e Beja, a AOAL pretende ainda abrir delegações em Portalegre e Santiago do Cacém, “temos é que fazer cada coisa a seu tempo (…)”.
A concluir, Maria Horta deixou uma mensagem de “otimismo e esperança” a todos aqueles que já padecem desta doença, “é sempre possível que o dia seguinte seja melhor que o que passou, será sempre melhor encarar o dia seguinte com uma perspetiva otimista e criativa do que encará-lo com uma perspetiva derrotista, a esperança está em nós (…) enquanto seres humanos, enquanto pessoas capazes de em cada dia que passa, sermos melhores por nós e por os outros”.
A Liga Portuguesa Contra o Cancro entrega esta quinta-feira uma petição no Parlamento, para acabar com as desigualdades no acesso ao rastreio, diagnóstico e tratamento do cancro da mama.
Em 2013, o cancro foi a causa da morte de 26% da população da União Europeia, sendo que abaixo dos 65 anos a taxa de óbitos por cancro sobe para 37%.
O cancro do pulmão foi o que mais mortes causou, 21% de óbitos na UE e 15% em Portugal. Tanto ao nível europeu como nacional, o cancro do pulmão mata mais homens do que mulheres.
Já o cancro colo-retal surge, na média europeia, em segundo lugar na lista dos mais mortais (12%), mas empatado com o do pulmão em Portugal (15%).
Seguem-se os cancros da próstata, da mama e do pâncreas, com mortalidades em Portugal e na União Europeia que não vão além dos 7%.
Eslovénia, Holanda e Irlanda são os países que, em 2013, apresentam as maiores taxas de mortalidade.
No extremo oposto estão a Bulgária e a Lituânia.