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Divida da Câmara de Alandroal. A alternativa seria “um apoio dado por parte do Estado a fundo perdido”, diz autarca Mariana Chilra (c/som)

A presidente do Município de Alandroal, Mariana Chilra considera que a alternativa para os problemas da câmara seria “um apoio dado por parte do Estado a fundo perdido”.

Mariana Chilra em entrevista à Rádio Campanário considera que o Fundo de Apoio Municipal (FAM) “não resolve a situação da câmara” e as Aguas do Centro Alentejo “um negócio ruinoso”.

A autarca diz que “era uma situação que já era conhecida, este município é um daqueles que está obrigado a aderir ao Fundo de Apoio Municipal, não foi decisão nossa, foi-nos imposto a adesão”, justificando, “a lei entrou em vigor no final do mês de agosto e entretanto temos estado a aguardar que fosse constituída a comissão e que tomasse posse na sequência da sua constituição, a Câmara Municipal de Alandroal já foi chamada para a primeira reunião de trabalho em que nos traçaram, em traços gerais uma informação sobre o que seria o FAM, a câmara vai estar obrigada a cumprir a lei, no nosso caso, foi-nos dito que nós vamos começar a trabalhar no nosso Plano de Ajustamento Municipal, um Plano que terá que ser aprovado pela comissão e as regras dependerão do caso concreto de cada um dos municípios, no nosso caso estamos ainda a reunir com os credores e a começar a realizar acordos de pagamento, porque a partir do momento em que nós formos notificados formalmente pela comissão para avançarmos com os acordos com os nossos credores, temos 60 dias para o fazer”.

A autarca considera ser “um prazo muito limitado atendendo ao volume de credores que a câmara tem e ao volume da divida”.

Mariana Chilra refere que “desde janeiro a agosto, nós reduzimos a divida da câmara em termos efetivos em mais de um milhão e duzentos mil euros, o espaço que temos é curto mas fazendo uma gestão do tipo da que estamos a fazer, não fazendo despesa, tendo a preocupação constante de pagar dívida”, o que sobeja ao município para as despesas correntes ronda os cerca de “um milhão e meio de euros”.

A presidente da Câmara Municipal de Alandroal considera que o FAM “não resolve a situação da câmara, à medida que o tempo vai passando melhor percebemos que não é o Fundo que vai resolver a situação financeira da câmara, agora o que há de novo é os credores que em vez de fazermos um acordo de pagamento para o ano de 2015, podemos fazer acordos de pagamento de valor muito superior porque o próprio Fundo vai emprestar à câmara dinheiro para pagarmos aos credores”.

Mariana Chilra realça que a câmara não tem apenas dividas a fornecedores, “a nossa maior dívida que é superior a 12 milhões de euros é a bancos e a nossa segunda maior dívida é à Águas do Centro Alentejo que são três milhões e meio de euros”, situação que gerou um processo de saneamento financeiro, “as prestações nunca foram pagas, a câmara está em incumprimento perante os bancos, a única coisa que temos estado a fazer é a pagar juros aos bancos, daí que a divida vai-se manter e o FAM não nos vai dar dinheiro para pagarmos aos bancos, vamos ter que chegar a um entendimento e fixar prazos alargados, e com os nossos próprios meios temos, que ser nós a pagar”.

A autarca lamenta que as maiores dívidas são sejam resolvidas com o Fundo de Apoio Municipal, “as Aguas do Centro Alentejo não aceitam reduzir os juros, não estão a aceitar fazer um acordo connosco, estamos a tentar sair, já comunicamos há mais de seis meses que é nossa intenção sair”, referindo que a alternativa para os problemas da câmara seria “um apoio dado por parte do estado a fundo perdido”.

A finalizar a presidente do Município de Alandroal diz que as Aguas do Centro Alentejo “é um negócio ruinoso para as câmaras, nós não aceitamos a privatização da água, nós temos um investimento feito no concelho, nós tínhamos um sistema de água a funcionar e é o mesmo sistema que nós lá temos porque os investimentos feitos pela Águas foram muito reduzidos, só em termos de saneamento é que foram feitas algumas ETAR”, afirmando que o Município de Alandroal tem condições para sair das Águas do Centro Alentejo, “bastaria que nós pudéssemos ter um sistema que permitisse pagar o que efetivamente gastamos porque às Águas do Centro Alentejo pagamos até a água da chuva porque isto é um negócio”.

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