António Charneca tem 58 anos e nasceu em Moçambique. Quis o destino que o Alentejo fosse a região escolhida para ser casa e aqui fixou raízes.
Há cerca de 30 anos na Azaruja, concelho de Évora, é aqui que António Charneca desenvolve a sua paixão, que trabalha com as próprias mãos, fazendo nascer verdadeiras obras de arte .
Desde cedo que os trabalhos manuais estiveram nas preferências de António. Depois de vir de Moçambique , ajudou o irmão a fazer peças de escultura em cimento. A oportunidade para ver florescer este negócio foi dada a esta dupla de irmãos pela Câmara Municipal de Portel, Autarquia que acreditou no seu potencial.
Depois desta primeira experiência com sucesso, António Charneca decidiu continuar a produzir obras de arte mas quis ir mais longe e introduzir novos materiais. Assim surgiram a resina e a fibra de vidro nos seus trabalhos. A maior parte das peças que produz, e já foram muitas, são a pedido das Autarquias.
Da sua oficina já saíram esculturas dos mais diversos temas e tamanhos, a mais emblemática um comboio, para Cuba, uma peça com 7 metros de comprimento e uma outra, da mesma dimensão, para os forcados da Amieira.
António Charneca e as suas peças são já uma referência no mercado nacional mas também no Internacional. Com várias esculturas vendidas para diferentes Países da Europa como a Suíça, Inglaterra, Bélgica, Espanha, entre outros, este Escultor, que adotou o Alentejo, consegue viver, exclusivamente, desta arte. António Charneca refere “nem sempre é fácil, mas é possível, acima de tudo desde que exista criatividade .”
Sair do Alentejo não está nos seus planos, até porque é aqui, neste seu cantinho, onde reside há mais de 30 anos, que está a fonte de inspiração que lhe permitiu ao longo de todos estes anos dar vida às esculturas, hoje expostas por todo o País e no estrangeiro, também elas “embaixadoras” deste Alentejo que tão bem o acolheu e de onde tudo fará para não partir.