A Liga para a Proteção da Natureza e a Sociedade para o Estudo das Aves mostram-se preocupadas com o documento que o Governo irá apresentar em Bruxelas, relativamente ao Quadro Financeiro Plurianual da União Europeia para 2014-2020.
Estas preocupações estão relacionadas com o Quadro de Ação Prioritário para a Rede Natura 2000, onde estudos atualizados das espécies e habitats protegidos não foram tidos em linha de conta, bem como a necessidade da criação de ferramentas de monotorização das aves e biodiversidade abrangentes e eficientes, a criação de medidas agroambientais orientadas para a mesma e a importância do investimento na identificação e proteção dos corredores ecológicos.
A Rádio Campanário falou com João Camargo, da Liga para a Proteção da Natureza, que frisa “há várias espécies com nível de proteção elevado que está em falha, como há vários habitats que não estão presentes no documento a apresentar em Bruxelas”. O responsável salienta que o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) confirmou não ser possível fazer alterações perante os contributos dados, por uma questão de tempo”, sendo desta forma entregue “um documento com graves falhas técnicas perdendo-se uma boa e importante oportunidade para dar prioridades às espécies em risco”.
João Camargo assevera que “o documento apresentado à Comissão Europeia foi elaborado com dados desatualizados, não tendo em conta a ciência, é vago, falho e omisso”.
O responsável da Liga para a Proteção da Natureza diz ainda que a biodiversidade “já está em risco há muitos anos e vai continuar, dado que o Governo está a ser inoperante e culpado de muitas falhas”, esperando que seja possível rever e corrigir o documento para 2014-2020, nas avaliações intermédias.
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A Rede Natura 2000 tem como objetivo contribuir para assegurar a biodiversidade através da conservação dos habitats naturais e da fauna e da flora selvagens no território europeu dos Estados-Membros em que o Tratado é aplicável
O território da União Europeia compreende 9 regiões biogeográficas, dado que o trabalho a esse nível, é mais fácil assegurar a plena representatividade e a conservação das espécies e dos habitats em condições naturais similares ao longo de vários países.
Três dessas Regiões, Atlântica, Mediterrânica e Macaronésica, estão representadas no território nacional.
