Muito se tem projetado sobre o futuro do ensino superior em Portugal. Um tema para o qual já foram a pontadas diversas linhas a seguir, mas que continuam a trazer desacordos e faltas de consenso no futuro da educação e qualificação dos portugueses.
Perante os condicionalismos dos cortes do Orçamento de Estado relativos ao ensino superior, cortes que as instituições asseguram serem consecutivos desde há oito anos, projetam-se “fusões” entre politécnicos e universidades.
A Rádio Campanário falou com o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Joaquim Mourato, que preside igualmente o Instituto Politécnico de Portalegre (IPP), que explica terem aprovado em conselho, nas propostas para o futuro do ensino superior, “aceitar fazer fusões, consórcios e todo o tipo de associações, desde que sejam feitas por iniciativa das instituições e num projeto que gere mais-valia para a qualificação das populações”.
Joaquim Mourato salienta que fusões entre institutos politécnicos “são difíceis de concretizar” e alerta ainda que a legislação não permite estas fusões entre politécnicos e universidades. Além de que “não é líquido que fechar cursos numa instituição os alunos se matriculem na instituição mais próxima geograficamente, no Alentejo, Portalegre está a 200 quilómetros do Politécnico de Beja, por exemplo”.
O presidente do Conselho Coordenador Institutos Superiores Politécnicos, fala numa “ausência de estratégia e pensa-se que juntar coisas poupa-se dinheiro” e acresce que “é fundamental que exista um rumo para o ensino superior, saber o que queremos para o futuro”.
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O país tem, neste momento, 27% de população jovem com o ensino superior mas com um compromisso para atingir os 40% em 2020. A média da OCDE já vai em 39%, significando que o país devia apostar no ensino superior ainda mais do que a média dos países da OCDE.