O presidente da Entidade Regional do Turismo do Alentejo e Ribatejo, José Santos, abordou a questão da implementação da taxa turística em Évora, sublinhando a necessidade de uma análise aprofundada antes de tomar qualquer decisão. Em entrevista à Rádio Campanário, José Santos destacou que a taxa turística é um tema que desperta “paixões” e divide opiniões, tanto entre os empresários do setor como entre as associações ligadas ao turismo.
“Há opiniões favoráveis e desfavoráveis sobre a taxa turística,” começou por afirmar, reconhecendo que “há 10 anos ou há 5 anos, a posição de muitos grupos hoteleiros era diferente do que é hoje. Alguns empresários, que inicialmente eram contra, agora reconhecem benefícios na aplicação da taxa, enquanto outros continuam reticentes.” Esta evolução nas opiniões demonstra, a complexidade do tema que reflete a necessidade de uma abordagem cautelosa.
O presidente da Entidade Regional do Turismo destacou ainda a importância de considerar o momento certo para a introdução de tal medida. “Há melhores e piores momentos para discutir e implementar uma taxa turística. É necessário avaliar não apenas o impacto financeiro, mas também o momento em que a taxa é introduzida, especialmente numa altura em que o turismo, apesar de estar a crescer, pode enfrentar outros desafios no futuro,” sublinhou.
O Presidente referiu-se também ao impacto que a taxa pode ter nas receitas municipais e na sua aplicação em infraestruturas. “Existem casos, em que as receitas geradas pela taxa turística não compensam o esforço administrativo e financeiro necessário para a sua implementação. É essencial que os serviços pelos quais são cobradas taxas, como a recolha de lixo ou o saneamento, funcionem de forma eficiente para que os empresários sintam que estão a receber um serviço equivalente ao que pagam,” explicou.
Apesar de a taxa turística ainda não ser uma realidade em nenhum dos 47 concelhos do Alentejo, o presidente da Entidade Regional do Turismo não descartou a possibilidade de esta ser implementada no futuro. “Vamos aguardar serenamente a evolução dos acontecimentos,” afirmou, acrescentando que a Entidade Regional do Turismo está disponível para colaborar na avaliação técnica e na clarificação das iniciativas que venham a ser propostas pelo município.
A implementação de uma taxa turística em Évora, especialmente numa região onde o turismo tem crescido significativamente nos últimos anos, requer, segundo José Santos, uma abordagem equilibrada e informada. “O turismo não é um dado adquirido e é preciso preparar a região para eventuais abrandamentos na procura. Essa preparação passa por uma análise criteriosa das políticas a adotar, incluindo a taxa turística,” concluiu.