“O ano agrícola foi um ano atípico porque não choveu nas alturas que é mais normal chover e houve algumas culturas bastante afetadas por isso”.
Foi desta forma que o presidente da Confederação dos Agricultores Portugueses, João Machado reage aos dados publicados no Boletim Mensal da Agricultura e Pescas do Instituto Nacional de Estatística (INE) referente a setembro e que confirma os piores cenários para as culturas primavera/verão.
João Machado diz que a situação leva a que o ano “não seja muito bom” para os agricultores “e é preocupante porque são áreas que se têm estado a comportar bastante bem a nível da exportação, tanto o vinho como o concentrado de tomate e pode nos faltar produto para o mercado interno e para o mercado de exportação o que seria muito negativo para os produtos mas mais negativo ainda para as contas do país e para a balança de transações correntes”.
O dirigente diz que o número de agricultores se mantem o que se verifica é o aumento de “produção agrícola, o grau de profissionalismo da agricultura também tem vindo a crescer e há um fenómeno de retorno à agricultura por parte de jovens agricultores, um fenómeno que tem vindo a crescer”, acrescentando, “o fenómeno global na agricultura é que haja menos agricultores e uma dimensão media de propriedade que tem a ver com o fator económico, também tem vindo a aumentar nos últimos anos e nós temos mais jovens agricultores mas menos agricultores no geral”.
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Segundo o Boletim do INE, na colheita do tomate para a indústria, uma grande quantidade da produção ficou por apanhar o que anulou o expressivo aumento da área plantada. No milho prevê-se a manutenção da produtividade do ano anterior, embora se verifiquem dificuldades na redução do teor de humidade do grão.
Já a produção de uva deverá cair 5% face à campanha anterior. A chuva também criou problemas aos produtores de tomate, milho e uva devido “aos valores de temperatura médias acima do normal e por valores de precipitação muito elevados”.