A Coordenadora Distrital de Évora do Bloco de Esquerda (BE), Maria Helena Figueiredo, no seu comentário desta sexta-feira, 3 de Março, falou inicialmente das recentes notícias que dão conta que mais de metade dos 10 mil milhões de euros que saíram do pais em “Offshores” partiram do BES, dizendo que “há uma desregulação e uma falta de controlo absoluta por parte do Banco de Portugal, que tem a obrigação de controlar a atividade financeira da banca” e indicou que no anterior Governo “foi criada uma unidade de grandes contribuintes, que de facto não fiscalizou coisa nenhuma, e serviu como balcão de apoio ás contabilidades mais criativas”.
Ainda sobre o mesmo tema, a Bloquista afirmou que “Paulo Núncio, do CDS, sabia o que é que estava em cima da mesa e disse que não queria que fossem publicados” e aproveitou para esclarecer logo de seguida que “quem anda na Administração sabe perfeitamente que os membros do Governo têm uma relação hierárquica, e matérias com tamanha importância não deixam de ser conversadas”.
Sobre a conclusão deste caso e como poderá terminar, a Coordenadora indicou que o seu Partido tem vindo a apresentar propostas “para que sejam proibidas as transferências para Offshores não cooperantes (…) e o PSD, o CDS e o PS têm chumbado estas propostas” e acrescentou que na sua opinião “não pode, sobre pena do descredito total da vida politica, continuar-se a atuar desta forma, encobrindo membros do Governo que prejudicam objetivamente o pais”.
Em torno do já preterido caso “Panamá Papers”, Maria Helena Figueiredo disse que o Bloco tem mantido uma atividade “muito insistente relativamente á necessidade de transparência de todos estes negócios” e esclareceu que “os Panamá Papers são uma descoberta feita por um grupo de jornalistas de investigação e que mantêm eles os documentos (…) e isso é preciso que venha a público”.
Acerca da delegação do IMI para as Câmaras, Maria Helena Figueiredo disse, “sabemos que o poder autárquico fez muito, mas o poder autárquico gerou também uma classe de gente que exerce o poder de forma muito pouco transparente e muito pouco democrática” e questionou logo de seguida, “e vamos por na mão dessas pessoas a avaliação dos imóveis, a avaliação dos terrenos e a fixação de taxas” e terminou por expressar a sua opinião dizendo, “eu acho que é de facto uma das áreas onde a corrupção graçou”.
No final do seu comentário, a Bloquista comentou ainda a exclusão das CCDR das medidas de descentralização aprovadas ontem pelo Governo, dizendo que “não me parece que seja através deste modelo de eleição a partir de Presidentes de Câmara ou de Presidentes de Assembleia Municipal, (…) que seja esse o caminho para que as populações possam efetivamente pronunciar-se”.