A diretora regional de Cultura do Alentejo, Ana Paula Amendoeira, considerou “uma grande conquista” o investimento público de 4,5 milhões euros em duas obras de valorização e conservação do Museu Regional de Beja, que “está num estado de degradação preocupante”.
“É uma grande conquista de captação de investimento público para este museu, que, ao longo de décadas, não teve investimento público e está num estado de degradação preocupante”, referiu Ana Paula Amendoeira aos jornalistas, em Beja.
Segundo a responsável, “todo o investimento que está previsto permite ter hoje uma grande luz na vida deste museu, que tem tido, nos últimos tempos, muitos períodos de sombra”.
Ana Paula Amendoeira falava após a cerimónia de assinatura do contrato para a realização da obra de valorização e conservação do edifício do antigo Convento de Nossa Senhora da Conceição, onde está instalado o Museu Regional de Beja, num investimento de 1,7 milhões de euros.
Segundo Ana Paula Amendoeira, a primeira intervenção, que vai acontecer ao nível do edifício do antigo convento, “é propedêutica” da segunda, que irá “permitir depois trabalhar tudo o que é o património integrado” do museu.
Na cerimónia, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, frisou que, nos próximos três anos, serão investidos 4,5 milhões de euros naquele antigo convento, um “monumento nacional e emblemático do Alentejo”.
Graça Fonseca disse que a componente de cultura do PRR “constitui uma oportunidade única” para a realização da intervenção de 2,8 milhões de euros no museu e que “era já um compromisso” do atual Governo.
“Aquilo que queremos é que fique uma mensagem muito clara para o futuro: não podemos mesmo permitir que se passem mais décadas como aquelas que passaram no passado sem investimento estrutural no património cultural”, afirmou a ministra.
Graça Fonseca vincou que a primeira obra resulta de uma parceria entre o Ministério da Cultura, através da Direção Regional de Cultura do Alentejo, a Câmara de Beja e a Associação Portas do Território (APT).
“Este aspeto é da maior relevância, uma vez que expressa uma ideia cheia de significado: se o património cultural é um bem comum, ele deve estar ao acesso de todos, mas, também, nos deve comprometer a todos na sua proteção e [na sua] salvaguarda”, frisou.
As obras da primeira intervenção, que deverão arrancar no início de 2022 e durar 18 meses, vão ser promovidas pela APT, que reúne a Câmara, a Diocese e a Santa Casa da Misericórdia de Beja.
O financiamento será assegurado em 75% por fundos comunitários, sendo os 25% da comparticipação nacional divididos pela Câmara de Beja (20%) e pela Direção Regional de Cultura do Alentejo (5%).
As obras da primeira intervenção vão incluir a reparação de coberturas, caixilharias exteriores e rebocos interiores e exteriores, a renovação da instalação elétrica e a melhoria das condições gerais de acesso e de funcionamento do edifício onde está instalado o museu.
Já as obras da segunda intervenção, que deverão começar no início no primeiro trimestre de 2023 e terminar no final de 2024, contemplam intervenções de conservação e restauro no interior, a instalação de sistemas de climatização, iluminação e vigilância, a reabilitação do claustro, a melhoria das condições gerais de acessibilidade, a reabilitação dos terraços e a instalação de rede de Internet sem fios.
Fonte: Lusa