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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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EDIA gere blocos de rega do Alqueva e deixa de fora Associações de Regantes que agora reivindicam um “papel participativo” na gestão (c/som)

O presidente da Associação de Beneficiários de Rega de Ardila/Enxoé, José Saramago de Brito, considera que neste momento, “a associação não tem qualquer tipo de papel ativo dentro do perímetro de ação”.

Em declarações à Rádio Campanário, José Saramago de Brito referiu que antes de Alqueva já existiam duas associações com cerca de 40 anos “que geriam perímetros mais pequenos e que ficaram ampliados”, que no entender do dirigente associativo “geriam bem a rede e sem qualquer tipo de problema e com custos inferiores àqueles que a Edia tem neste momento com a gestão”.

O dirigente associativo salientou que a Associação de Beneficiários de Rega de Ardila/Enxoé foi criada em 2011 “com o intuito de fazer a gestão da rede secundária da margem esquerda do Guadiana”, acrescentando, “ o que é facto é que a associação foi criada por uma imposição da tutela, só que entretanto o Estado veio dizer que seria a Edia a fazer a gestão da rede secundária até 2020, nós agora existimos no papel mas não temos qualquer tipo de função”.    

Apesar disso, segundo José Saramago de Brito diz que a associação continua a ter a “obrigatoriedades legais de apresentação de contas e sem qualquer tipo de proveitos porque a associação está desprovida de qualquer papel participativo na gestão dos blocos de rega”.

Situação que para o presidente da Edia, Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva, José Pedro Salema, resultou de uma decisão política, o Estado entendeu que não deveria atribuir a concessão às associações por diversos motivos, não é um perímetro de rega, faz outras coisas muito importantes para o país, produz energia, garante o abastecimento público de praticamente todo o Alentejo, fomenta o turismo, as atividades de regadio e abastecimento industrial, um conjunto de funções que este empreendimento desempenha com um corpo técnico qualificado”.

Ainda assim José Pedro Salema considera que as associações têm um papel importantíssimo no meio rural, podem fazer muitas coisas, dizer que a função de uma associação é apenas fazer a gestão de uma infraestrutura de rega é um bocadinho redutor”.

O presidente da Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva disse ainda a esta Estação Emissora que as associações meteram uma providência cautelar contra o Estado Português para tentar reverter esta concessão, tendo a decisão dado “razão inequívoca ao Estado”.     

José Pedro Salema salientou que 2015 “é um ano de grande transformação, com 28 mil hectares equipados, 20 mil a entrarem em funcionamento este ano e no próximo ano teremos mais 30 mil hectares e ficará concluído o projeto original de distribuição de água do Alentejo, com a ligação de Alqueva a todas as barragens, incluindo 69 planos de água, garantindo o abastecimento de toda a sua zona de influência”.

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