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Elvas: “Acho que não se deve fazer política com a pobreza de ninguém”, declara Nuno Mocinha, afirmando que herdou “uma câmara que tinha um resultado de menos 6 milhões de euros” (c/som)

A Câmara Municipal de Elvas viu as contas de 2015 serem aprovadas por unanimidade, defendendo Nuno Mocinha que a área social é aquela que “mais afeta as contas do município”, mas assegurando que “estão regularizadas, não devemos nada a ninguém” e a câmara “nunca teve uma conta com 20 milhões de euros”. À margem da inauguração da exposição “# Palavras e Imagens” que decorreu no passado fim de semana, o Presidente da Câmara Municipal de Elvas referiu que as contas estão fechadas e tanto a câmara, como a Assembleia Municipal as aprovaram “por unanimidade”, acrescentando que “o resultado foi um resultado liquido negativo”.

 

No entanto o autarca justifica que “foi inferior ao do ano passado, o que denota alguma recuperação”, influenciando este resultado, “todo o volume de investimento que tem que ser amortizado, porque do ponto de vista orçamental, tivemos um saldo corrente positivo e se não tivéssemos a componente da amortização, teríamos um resultado liquido positivo de 3 milhões de euros, o que significa que temos estado a conseguir, por um lado cumprir com aquilo que é o nosso programa, que é muito vasto, e por outro lado, continuar a ter equilibradas as contas do município, daí que as contas tenham sido aprovadas por unanimidade”.

Questionado se terá transitado para este mandato uma conta bancária com 20 milhões de euros, Nuno Mocinha diz que a Câmara Municipal de Elvas nunca teve uma conta com esse valor, “o que aconteceu foi que no final do mandato passado, início deste mandato, existiam efetivamente no banco cerca de 9 milhões de euros (…) uma parte tinha a ver com cauções depositadas na câmara para bom cumprimento das obras e esse dinheiro não é nosso, tem que ser devolvido (…) e o resto do dinheiro que havia era para fazer face, muito parte dele, a compromissos já assumidos (…) na prática aquilo que eu herdei foi uma câmara que tinha um resultado de menos 6 milhões de euros, porque não se pode ver só o dinheiro que temos no banco (…) essa questão foi amplamente difundida, fez-se crer que o dinheiro tinha quase que evaporado (…)”.

Acresce que “todo o movimento que a câmara vai fazendo, custa muitos milhares de euros que é preciso pagar, temos as nossas contas regularizadas, não devemos nada a ninguém, está tudo dentro daquilo que é o normal. A câmara todos os meses compra e é normal que chegue ao final de cada mês e tenha um volume elevado de faturas para pagar, mas está tudo regularizado dentro dos prazos e não há ordenados em atrasos, não há nada em atraso, a câmara continua a projetar obras para o futuro”.

Nuno Mocinha reconhece que o país está a passar por um momento difícil, “as verbas dos municípios desceram muito, mas a Câmara de Elvas está a saber gerir aquilo que são as suas obrigações e está a saber corresponder ao que são os anseios dos elvenses”.

Instado sobre o equilíbrio das contas da autarquia para continuar a dar resposta à dinâmica do concelho, expressa que “a área social é a que mais afeta as contas, estamos a falar de muitos milhares de euros”, desmentindo que tenha acabado com os programas sociais, “se antes apoiávamos 200 pessoas, agora apoiamos 1700 pessoas, é um esforço financeiro muito grande”.

Instigado sobre o aumento exponencial de apoios, Nuno Mocinha justifica com o facto de agora as pessoas não se exporem, “o modelo mudou”, comparando o formato antigo com a “sopa dos pobres”, advogando que o que acontece hoje em dia, “é que a pessoa faz as suas compras, pede fatura no nome dela e ninguém tem que saber se é para a câmara, e depois recebe determinada importância consoante o agregado familiar. A pessoa começou a ter que fazer a planificação familiar, a ter que fazer o seu comer, e por outro lado não ficou exposta”.

Admite que “há muita pobreza que está escondida e a pessoa tem vergonha de dizer que precisa”.

Nuno Mocinha recorda que o acusam de não ter dado os materiais escolares, “se calhar acusam-me porque eu não fiz nenhuma conferência de imprensa com nenhum miúdo ao meu lado a receber o material escolar e a dar visibilidade a esse ato, eu acho que não se deve fazer política com a pobreza de ninguém, se as pessoas precisam de ajuda, devem ser ajudadas, o que interessa é apoiar, se uns notam outros não, isso já é problema de cada um”.

 

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