Foi inaugurada no passado sábado, dia 8 de outubro, no MACE – Museu de Arte Contemporânea de Elvas, a exposição Crystal Clear, do artista plástico, Augusto Alves da Silva, uma exposição compreensiva do trabalho do artista, onde poderão ser apreciados trabalhos inéditos e séries apresentadas pela primeira vez na íntegra, e que abre com honras de exceção o programa comemorativo dos 10 anos do museu, efeméride que se assinala em julho de 2017.
A exposição Crystal Clear reúne obras inéditas de Augusto Alves da Silva, e outros trabalhos anteriores, como Une si jolie famille (1992), Shelter (1999) e a série sem título apresentada em 2001 no Instituto de Medicina Legal do Porto, e mostradas pela primeira vez em simultâneo e na íntegra no MACE. Uma apresentação compreensiva e dedicada à descoberta ou ao aprofundamento do conhecimento da obra do artista, que nas últimas décadas se destacou no panorama da arte contemporânea pelo recurso à fotografia como meio de expressar a angústia latente nas relações humanas e as diversas formas de solidão.
Os trabalhos que Augusto Alves da Silva apresenta pela primeira vez em Crystal Clear, como ¡Hola! (2016), A Vespa (2016) e Three Red Cars (2016), prosseguem a pesquisa e a exploração dos temas que são caros e recorrentes na sua obra. Solidão, ausência e violência sustentam assim a criação de novas narrativas visuais, por vezes meras propostas, por vezes sucessões de registos anacrónicos, onde “a fotografia é, agora, quase-cinema, e parece ironicamente contaminada pelo simulacro da verdade documental”, como sublinha Carlos Vargas, curador da exposição.
A Rádio Campanário esteve presente no momento inaugural e falou com o presidente da Câmara Municipal de Elvas, Nuno Mocinha que referiu que o artista plástico, “é reconhecido internacionalmente e tivemos a sorte dele poder expor no Museu de Arte Contemporânea de Elvas, e assim também elevar ainda mais o próprio museu da cidade de Elvas e também as exposições em Portugal e em termos internacionais”.
Nuno Mocinha destaca que Elvas e o museu, “estão a viver um período extraordinário, dado que já este ano a Coleção António Cachola foi distinguida no Prémio Arco e também tivemos várias presenças em Lisboa, e também algumas parcerias das nossas peças que foram solicitadas para fora do museu para outras exposições e também em articulação com outros municípios, conseguimos montar exposições da nossa coleção fora de portas”.
O autarca salienta que é um percurso que está a ser feito, para comemorar o 10º aniversário do MACE, no próximo ano, no mês de julho, “e que teve um grande ponto de honra no dia de hoje com esta inauguração de Angusto Alves da Silva”.
A exposição ficará patente ao público até 16 de abril de 2017 e assinala a abertura do programa comemorativo dos 10 anos do MACE com uma individual dedicada a um dos artistas mais representados na Coleção António Cachola, atualmente com 36 obras do autor, entre as quais a série 3.16 (2003), onze fotografias e um texto a propósito da Cimeira das Lajes.
As comemorações dos 10 anos do MACE prosseguem até ao final de 2017 e em julho inaugura a segunda exposição do programa, que consiste numa coletiva a partir das obras da Coleção António Cachola, com curadoria de João Silvério.