No ano de 2017, a Volta ao Alentejo poderá acontecer no mês de fevereiro.
Em entrevista à Rádio Campanário, o diretor da prova, Joaquim Gomes diz que “essa intenção sempre existiu e só não ocorreu ainda porque o contexto em que a Volta ao Alentejo é organizada nestes últimos cinco anos, e principalmente a conjuntura económica que todos atravessamos, obrigaram a adotar uma estratégia que permitisse a continuidade da Volta ao Alentejo, mas que a afastou um pouco dos pergaminhos internacionais que já teve nos anos 90”, recordando a vitória “do grande monstro do ciclismo internacional Miguel Indurain na Volta ao Alentejo”.
O antigo ciclista refere que “analisando o atual contexto e particularmente no que se prende com a estratégia montada pela Federação Portuguesa de Ciclismo e onde neste momento a Volta ao Algarve, é talvez a principal bandeira deste projeto, e o Cycling Portugal, a relação do desporto com o turismo em que o Algarve está a fazer uma grande aposta com a Volta ao Algarve. Está na altura de avaliar em conjunto com o proprietário da Volta ao Alentejo, a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central, a Federação Portuguesa de Ciclismo, a possibilidade de, abraçando todo o projeto Cycling Portugal (…) poder definitivamente, entrosada com a Volta ao Algarve e eventualmente até com uma clássica de um dia, organizada na região de Lisboa, fazer com que as grandes equipas do ciclismo mundial, pelo menos durante duas semanas completas, acabassem por utilizar o nosso país como um palco privilegiado de início de temporada em que há uma competição que não tem a responsabilidade ainda das grandes Voltas, mas um país como o nosso teria um interesse enorme (…) porque neste tipo de pelotão não estão incluídas as grandes estrelas mundiais de ciclismo, que acabam por arrastar entre a comunicação social e os apaixonados da modalidade, milhares de pessoas que obviamente trariam um enorme beneficio para o país”.
Questionado sobre se as equipas que atualmente participam na Volta ao Alentejo não são suficientemente fortes e atrativas, Joaquim Gomes declara que “as equipas estão de acordo com a atual categoria em termos regulamentares que a Volta ao Alentejo tem, atualmente a nível do desenvolvimento do ciclismo português, a Volta ao Alentejo desempenha um papel bem mais interessante do que aquele que desempenha a Volta ao Algarve porque nós admitimos uma experiencia internacional às nossas equipas de clube, equipas maioritariamente compostas por corredores sub 23, a que se juntam equipas profissionais portuguesas e no caso desta estratégia que estamos a referir ser traçada, implicaria um aumento na categoria regulamentar da Volta ao Alentejo, o acesso às equipas de clube portuguesas estaria completamente vedada, portanto é preciso analisar esta questão”.
Joaquim Gomes conclui dizendo que está mais preocupado neste momento, “com o sucesso da edição de 2016 da Alentejana do que propriamente com esta questão que oportunamente será avaliada pelos respetivos interessados”.