Uma plantação de canábis medicinal vai surgir no concelho de Campo Maior, num projeto da multinacional canadiense/israelita Sababa.
Em declarações à Campanário, Ricardo Pinheiro, presidente da Câmara Municipal de Campo Maior, explica que a plantação resulta de um investimento de 16 milhões de euros e prevê a criação de cerca de 18 postos de trabalho.
A multinacional procurava terrenos na região mediterrânica, tendo o concelho de Campo Maior passado nos testes de qualidade de água e de terra, para esta cultura que requer “muito sol e de uma qualidade e terra absolutamente extraordinária”.
“É a nova era da agricultura nesta região”
Objetivando-se que a produção esteja a funcionar em pleno em 2019, a criação de mão de obra prevista numa fase inicial é de cerca de “18 postos de trabalho”, já se encontrando 2 pessoas de Elvas e Campo Maior a trabalhar no âmbito da engenharia.
“O objetivo seria que no verão de 2019 conseguíssemos estar já a produzir canábis no concelho de Campo Maior e a poder fazer essa extração”
O projeto teve início “há 9 meses”, sendo que a empresa já apresentou o projeto para reaproveitamento da estufa existente nos terrenos onde operou a empresa Frutas Guadalupe, e construção de mais 3 hectares de estufas, num total de 4 hectares afetos ao projeto.
Também junto do Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P.) se encontra o pedido de licença “poder iniciar o cultivo do canábis medicinal”.
Realçando o carater medicinal desta plantação, aponta que estudos realizados em Israel demonstraram que os efeitos terapêuticos das substâncias canabinoides sobre a forma de óleo “são de extraordinária importância” no tratamento de “doenças como autismo, epilepsia, como a alzheimer, grande parte do tratamento de diversos tipos de cancro”.
O arranque desta nova cultura no concelho de Campo Maior traz “a possibilidade de olharmos para processos agrícolas que normalmente são tradicionais, mas vão recebendo as inovações, de uma forma completamente diferente”, assim como “posicionar Campo Maior num registo completamente diferente do que aquele que temos trazido aqui, não do ponto vista industrial, mas do ponto de vista agrícola”, conclui.