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Em Bruxelas o relator do maior projeto de Internet de toda a Europa explica à Campanário os objetivos desta rede (c/som)

A Rádio Campanário esteve em Bruxelas, numa visita ao Parlamento Europeu, onde teve oportunidade de falar com o eurodeputado Carlos Zorrinho, eleito pelo PS, enquanto relator principal do projeto WiFi4EU e que nos explicou como surgiu e quais os principais objetivos desta iniciativa, que visa promover a conectividade à Internet em comunidades locais, através da atribuição de um apoio financeiro da União Europeia, ligando toda a Europa numa só rede.

Carlos Zorrinho explica que uma das metas deste projeto é “a nova etapa de desenvolvimento tecnológico europeu seja acessível a todos os cidadãos, haja neutralidade tecnológica” e “neutralidade económica”. Por isso, esta iniciativa encontra-se “dentro de um pacote”, que “inclui também uma iniciativa para desenvolver as redes de quinta geração, que inclui um código para aumentar o investimento em infraestruturas em toda a Europa”, assim como “um outro relatório para atualizar a regulação”.

Depois de enfrentar alguma desconfiança por parte dos Estados Membros e algumas empresas do sector, o eurodeputado português diz que “conseguimos mobilizar 120 milhões de euros para este projeto”, que serão distribuídos até 2020. “Uma vez aprovado o projeto, compete à comissão executar”, funcionando através de um concurso, onde “quem está interessado inscreve-se” e “uma vez fechadas as inscrições, há uma espécie de corrida, quem primeiro chega, primeiro é atendido, e quem é financiado recebe um voucher de 15mil euros” para investir numa “conexão de alta qualidade, acima de 30MB, que pode ir aos 100MB”, sendo que dispõe ainda de “três anos de manutenção”, explica Carlos Zorrinho.

O eurodeputado acrescenta que “o grande objetivo é termos nos espaços públicos, nas montanhas, nos espaços comunitários, nas escolas (…) conexões gratuitas” que terão “uma autenticação única”, possibilitando que uma pessoa se ligue e aceda à informação útil em qualquer país da União Europeia. 

Inicialmente aberto apenas a municípios, “concorreram 17mil municípios, entre os quais 278 portugueses”, e a procura “foi tão grande que o site foi abaixo”. Contudo, Carlos Zorrinho salienta que “é uma boa notícia”. Contudo, na atribuição dos primeiros 20 milhões de euros, existem mecanismos de equilíbrio em que “nenhum país receberá menos que 15, nenhum país receberá mais que 95” vouchers. No futuro, depois dos municípios, existirão mais 5 avisos de concurso, visando sobretudo instituições de utilidade pública.

Em Portugal, a Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) é quem está a gerir o concurso.  

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