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Empresa agropecuárias “a braços com o crescimento dos fatores de produção”, diz Diogo Pestana de Vasconcelos

Durante a pandemia da covid-19 que está instaurada em Portugal, os preços e a procura de gado bovino tem oscilado. Segundo Diogo Pestana de Vasconcelos, os preços das matérias-primas “estão a ser um verdadeiro peso para toda a atividade”.

Diogo Pestana de Vasconcelos tem várias propriedades localizadas nos concelhos de Évora e de Viana do Alentejo.

A empresa agropecuária Agrosava, dirigida por Diogo, tem como principal atividade a produção de bovinos e ovinos, atualmente com mais de 1.000 cabeças de gado. É nesta exploração, situada perto de São Manços, no concelho de Évora, que são criados bovinos resultantes dos cruzamentos das raças Mertolenga e Aberdeen-Angus, que posteriormente são vendidos para os grupos de supermercados portugueses e em leilões de gado.

O empresário destaca que independentemente da covid-19, “os animais comem todos os dias e têm que ser vistos todos os dias”, sendo que neste setor, “não é possível fazer teletrabalho”. “Claro que tivemos situações mais complicadas. Quando havia um contacto com um infetado, tínhamos que ficar em casa e, obviamente, não é fácil substituir pessoas no campo”, destaca. 

Segundo Diogo, os preços do gado “tiveram uma queda”, poucos depois da pandemia ter início, muito devido às incertezas do que o futuro traria. “As exportações, na altura, pararam e, depois, recomeçaram e o preço voltou a subir, mas tivemos dificuldades também na gestão disso tudo”, refere.

Como o ser humano não sobrevive sem comer, os preços e a procura de gado bovino nesta empresa já se encontram nos níveis anteriores à pandemia, contudo continuam “a braços com o crescimento dos fatores de produção”, onde o gasóleo atingiu “um preço perfeitamente proibitivo”, tal como as rações e os adubos, adianta Diogo. No caso dos adubos estes “têm subidas mensais” e os agricultores não conseguem “fazer preço de adubo para 15 dias, porque os preços estão a subir todos os dias”, acrescentando que o setor está neste momento “com graves problemas, mais do que no início da pandemia”.

Para combater estas dificuldades, Diogo Pestana de Vasconcelos defende que é necessário “tentar estabilizar os custos de produção”, pois com o aumento destes custos o preço do gado também “tem tendência para subir, mas nunca compensa a subida exponencial dos custos de produção”. “Não precisamos muito que os preços andem para cima e para baixo, precisamos é ter uma perspetiva estável”.

O sucesso das exportações está “a dar uma grande ajuda ao mercado nacional” e são “um fator importante” para este setor, assegura o agricultor alentejano. “As exportações são basicamente para a bacia do Mediterrâneo” e os animais “estão muito bem-adaptados às condições que lá vão encontrar”, devido ao “clima igual” de Portugal e dos países desse território.

O também presidente da AJASUL destaca a aposta de Portugal na produção de gado com “muita qualidade”, em que são utilizados animais de “raças autóctones cruzando com exóticas”, observando que “no estrangeiro pagam bem a qualidade superior dos animais”.

Em género de previsão para o futuro, Diogo Pestana de Vasconcelos refere que “se o mercado continuar aberto para a exportação e não houver problema nesse aspeto, temos condições para manter o setor com alguma tranquilidade”, acrescentando que Portugal é um país “deficitário em carne”, pelo que “convém manter a produção”.

Fonte: Noticías ao Minuto

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