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“Encontramos no Alandroal as condições para mostrar que é possível parar a desertificação”, diz David de Brito, fundador da TerraMay (c/som e fotos)

A apresentação dos produtos biológicos da TerraMay decorreu hoje, dia 12 de março, pelas 15H no Fórum Cultural de Alandroal.

Este evento está integrado na Mostra Gastronómica do Peixe do Rio em Alandroal e contou com a presença do responsável da herdade, David de Brito.

A Rádio Campanário esteve presente e falou com o fundador da TerraMay, que começou por enquadrar a ideia da criação destes produtos “em 2015 eu e a minha mulher tínhamos um Startup em Zurique e uma agência em Berlim. O Startup não estava a correr tal como nós esperávamos”.

Com um filho à espera, o casal decidiu não dar continuidade ao projeto, pelo que decidiram “pensar e observar aquilo que estava a acontecer à nossa volta”. David assume que percebeu que “o mundo estava a precisar de uma solução” devido à desertificação e crise alimentar que enfrentava. “Foi aí que decidimos fazer algo diferente que desse para proporcionar um futuro melhor aos nossos filhos”, completa.

A partir dessa altura, “durante 4 anos procuramos um local para fazer este nosso projeto e encontramos aqui no Alandroal todas as condições para fazer aquilo que nos propomos, que é mostrar que é possível parar a desertificação”.

A escolha da localidade foi um processo que não mostrou dúvidas “precisávamos de uma certa dimensão, precisávamos do apoio da Câmara, que encontramos logo desde início, e na minha família já havia muitas influências no Alentejo”.

Ao encontrar a propriedade, o dono da TerraMay justifica a escolha de ser o local ideal “era exatamente o sítio onde a desertificação natural, territorial e social, estava a avançar galopantemente”, refere.

Segundo David de Brito, o mesmo pretendia estar numa região que “não fosse fácil de demonstrar aquele que é o nosso propósito”.

Para além de toda a beleza, diversidade, biodiversidade e diversidade cultural que aqui há, encontramos pessoas que são muito dinâmicas e interessantes e que nos têm apoiado ao longo deste caminho que começou há três anos”, assume David.

Os produtos da TerraMay diferenciam-se, de acordo o responsável, porque tudo o que se produz “tem certificado biológico e de neutralidade carbónica”, adiantando que não produz “nada com elementos exteriores à nossa propriedade”.

Não produzimos nada em estufas, não usamos plásticos, tudo cresce de forma natural numa policultura dentro da policultura. Misturamos sempre tudo aquilo que são as culturas com aromáticas, com flores e os nossos animais estão sempre em completa liberdade”, assume David.

Para encontrar a empresa, basta aceder ao site site www.terramay.com, ao Facebook, Instagram ou escrever no whatsapp, onde se combinam os locais de entrega.

As entregas são realizadas com a própria carrinha de distribuição da TerraMay, sendo que de momento são procedidas em Alandroal, Vila Viçosa, Estremoz, Évora, Reguengos de Monsaraz, Moura e em algumas aldeias. “O alargar da rota comercial depende sempre da procura dos clientes”, refere David, acrescentando que “já estamos a entregar em Lisboa às terças-feiras e estamos a olhar para o Algarve porque há muitos restaurantes a contactar-nos”.

O dono da herdade confessa que “arrependimento nunca senti porque sempre fui uma pessoa muito séria, honesta e de trabalho árduo”.

A adaptação dos filhos e da mulher de David à região e a todas as componentes culturais do Alentejo, concretizou-se como uma “decisão vincada pelos valores que representam esta nossa terramay que é regenerar o solo para podermos dar um futuro melhor àqueles que virão”.

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