“A carência brutal de enfermeiros em todas as unidades de saúde do Serviço Nacional de Saúde, a necessidade de compreensão por parte do Ministério da Saúde para a revalorização do trabalho dos enfermeiros e os contratos individuais de trabalho” estão na base dos dois dias de greve decretada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.
À Rádio Campanário, Guadalupe Simões diz que “a greve tem sido uma grande demonstração dos enfermeiros no sentido de dizer que estão fartos e que basta”, avançando que “o turno da noite teve uma adesão de 85% e a média do dia 24 foi de 83,5%, o que confirma a forte mobilização dos enfermeiros”.
Quando confrontada com a reação do Ministro da Saúde, Paulo Macedo, Guadalupe Simões diz que o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses desafia o senhor ministro a ir fazer uma recolha de dados em qualquer instituição deste país”.
A enfermeira diz ainda, “se o Ministério da Saúde continuar a não dar resposta àquilo que são as exigências dos enfermeiros, naturalmente que continuarão novas formas de luta”.
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O enfermeiro Edgar Santos do Hospital do Espirito Santo de Évora (HESE), refere que neste hospital “a adesão é forte embora no turno da manhã e da tarde a nossa expetativa baixe ligeiramente”, acrescentando, “todos os serviços hospitalares estão obrigados a prestar cuidados mínimos o que significa que nas enfermarias estão assegurados minimamente os cuidados aos doentes, onde se faz sentir é nas consultas externas, não há consultas de enfermagem e nos blocos operatórios há redução do número de enfermeiros”.
Questionado sobre se houve operações que não se realizaram, devido à greve, Edgar Santos diz “se houve foi porque os Conselhos de Administração não acataram as orientações do ministério.
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