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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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Entrevista com Ana Catarina Mendes: “Levo na mala a agenda das migrações”

Augusta Serrano: Ana Catarina Mendes, estamos aqui neste magnífico espaço no Museu Joe Berardo em Estremoz, numa iniciativa que celebra os vinhos, nomeadamente os vinhos deste concelho. No próximo ano, vamos celebrar a cidade do vinho 2025, envolvendo cinco municípios. É uma feliz coincidência tê-la aqui após uma intensa campanha eleitoral e antes de partir para novos desafios. O que a traz aqui hoje?

Ana Catarina Mendes: É realmente uma feliz coincidência. Vim passar um fim de semana para descansar após a campanha eleitoral. É sempre bom regressar às nossas origens, e para mim, isso é especialmente significativo, pois a minha família materna é do Alentejo. Além disso, tenho um grande apreço pelo vinho e pela arte. Este fim de semana conjugou-se perfeitamente para um descanso cultural e vinícola. Aqui no Museu Joe Berardo, podemos encontrar ambas as componentes, o que torna tudo ainda mais especial.

Augusta Serrano: Este espaço é realmente impressionante, como eurodeputada, como vê a importância deste imóvel, considerando que o espaço foi recuperado com fundos comunitários?

Ana Catarina Mendes: Este é um excelente exemplo de como os fundos europeus podem ser utilizados para desenvolver regiões como o Alentejo. Muitas vezes, as pessoas não conseguem ver o impacto diário das políticas europeias, mas são esses fundos que possibilitam a existência de espaços culturais como este. Eles promovem a coesão social, territorial e cultural, que são fundamentais para o desenvolvimento regional. O Alentejo está a tornar-se uma região cada vez mais desenvolvida, e é importante termos um olhar atento sobre o território e como a Europa pode continuar a apoiar este crescimento.

Augusta Serrano: Quais são os principais objetivos que leva consigo para o Parlamento Europeu?

Ana Catarina Mendes: Essencialmente, antes de começar o meu mandato, daqui a um mês, poderei falar com mais precisão sobre os meus objetivos. No entanto, levo comigo a responsabilidade de muitos anos como deputada no Parlamento Nacional e a compreensão de como a Europa pode contribuir para o nosso desenvolvimento. Enfrentamos vários desafios, como a guerra e o alargamento da União Europeia, que implicam a reorientação dos fundos de coesão, dos quais dependemos. Também levo na mala a agenda das migrações, focando-me em integrar bem as pessoas que chegam ao nosso território para garantir a paz social essencial ao nosso desenvolvimento. Acima de tudo, levo o sonho e a ambição de honrar todos os eurodeputados que me antecederam e continuar a defender Portugal e a promover uma Europa de solidariedade, paz, liberdade e democracia.

Augusta Serrano: Há alguma comissão específica que gostaria de integrar no Parlamento Europeu?

Ana Catarina Mendes: Neste momento, ainda não posso falar sobre isso, pois estamos a tratar dessas questões entre todos nós. No entanto, no dia 15 de julho poderei responder com mais detalhes sobre as minhas comissões e objetivos no Parlamento Europeu.


Ana Catarina Mendes tem uma vasta experiência política, tendo sido presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista na XIV Legislatura e 1ª vice-presidente na XIII Legislatura. Foi eleita deputada à Assembleia da República em várias legislaturas e assumiu funções como secretária-geral adjunta do Partido Socialista entre 2015 e 2019. Foi vice-presidente da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa e presidente da delegação portuguesa nesta Assembleia. Mendes também é membro ativo na Assembleia Municipal de Almada e tem estado envolvida em comissões relacionadas com migrações, refugiados e deslocados internos. Atualmente, é presidente do Grupo de Amizade Portugal-China. Nas eleições de 9 de junho, foi eleita eurodeputada ao Parlamento Europeu pelo Partido Socialista.

Esta entrevista ilustra o compromisso de Ana Catarina Mendes com o desenvolvimento regional e a sua visão sobre o papel da Europa em promover a coesão e a integração social. A visita ao Museu João Berardo e a participação na prova de vinhos sublinham a importância de iniciativas culturais e económicas locais apoiadas por fundos comunitários.

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