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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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Entrevista RC: Reg. de Monsaraz não foi incluído no plano inicial do Alqueva porque “há cerca de 50 anos se pensava que a vinha não era para ser regada”, diz pres. da Carmim (c/som)

A Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz – Carmim, conta atualmente com 900 associados e cerca de 100 trabalhadores, recebendo frequentemente prémios de reconhecimento pela qualidade dos vinhos produzidos.

Em entrevista à Campanário, Miguel Feijão, presidente da Carmim, fala sobre alterações e inovações na produção adotadas ao longo dos tempos, assim a ligação mantida entre a cooperativa e o concelho onde se encontra sediada.

Recentemente, a Confraria dos Enófilos do Alentejo atribuiu duas medalhas de ouro a dois vinhos da Carmim.  Devido à seriedade da entidade, considera ser um reconhecimento por parte de “quem tem competência para decidir”.

Com o número crescente de pequenos produtores a entrarem para o mercado todos os anos, aponta a necessidade de garantir a qualidade das clássicas e “descobrir coisas novas”. Desta forma, a Carmim produz agora o Primitivo, um vinho produzido em lagar de pedra, um método com “intervenção tecnológica muito diminuta”.

“Cada vez mais temos que adicionar qualitativos, para que as pessoas possam reparar naquilo que fazemos”

 

O dirigente aponta a importância desta distinção para fazer face à concorrência que tem “mais tempo para se dedicar a nichos de mercado mais distintos”, conseguindo descobrir “a qualidade e caraterísticas próprias” na quantidade.

A cooperativa, à semelhança do que acontece na região, tem vindo a tentar adaptar castas exógenas às condições do Alentejo, “que vem acrescentar bastante aos vinhos do Alentejo”.

O processo decorre trabalhando “com o solo que temos e com a água que viremos a ter” dentro de cerca de 3 anos, com a extensão do regadio do Alqueva.

Apesar de ser praticada uma cultura com preocupações ambientais, “até agora temos lapidado de certa forma os nossos solos, à procura de água”.

O presidente da Carmim defende que a não inclusão da zona de Reguengos de Monsaraz no plano inicial de Alqueva, não pode ser incutida “genericamente a ninguém […] porque há cerca de 50 anos pensava-se que […] as vinhas não era para serem regadas”.

Questionado sobre a união com pequenos produtores em prol do nome dos vinhos do Alentejo, defende que a atividade da Carmim não interfere com ninguém, sendo mantidas as especificidades de cada um. A união é encontrada na CVRA (Comissão Vitivinícola Regional Alentejana) – “é ali que defendemos os vinhos do Alentejo”.

“Reguengos de Monsaraz inteiro vive um pouco ao lado da Carmim e dos outros produtores de vinha”

O papel do município, nomeadamente na pessoa do presidente José Calixto, tem tido grande importância na promoção e divulgação da vinha, aponta, elemento que tem um papel muito importante no concelho.

Desde a sua tomada de posse, que conseguiu pegar nisso, potenciar isso e conseguiu para Reguengos o título de Capital dos Vinhos de Portugal”.

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