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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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Época de caça chega ao fim com presidente da Fencaça, Jacinto Amaro, a lamentar a perda de “mais de metade dos caçadores” (c/som)

Depois de finalizada a época de caça ao coelho bravo, à perdiz e ao javali, o presidente da Federação Portuguesa de Caça (Fencaça), Jacinto Amaro, considera que foi uma época que decorreu “sem sobressaltos e sem acidentes”.

No entanto o dirigente associativo lamenta que uma nova estirpe do vírus, que provoca a doença hemorrágica viral, esteja a devastar a população de coelho bravo. Um problema que preocupa ambientalistas e caçadores, referindo que “essa espécie é a mais emblemática e a que mais jornadas de caça dá aos caçadores e de maior paixão”.

Relativamente à caça às perdizes e aos tordos, Jacinto Amaro diz que foi um ano “um pouco atípico, houve algumas zonas em que as perdizes criaram melhor, não foi um ano muito bom, talvez melhor que no ano passado, mas longe dos bons anos de migração”.

No que concerne às espécies de maior porte, nomeadamente a caça ao javali, o presidente da Fencaça declara que “continua a ser uma espécie que se tem reproduzido em massa e que em alguns sítios até causa problemas e prejuízos, quer na agricultura quer na caça menor, movimentou este mês de janeiro e fevereiro, estamos apostados em continuar a investigação para a descoberta de alguma solução que combata esta doença do coelho bravo que seria o maior desígnio da próxima temporada”.

Questionado sobre se a constante diminuição do número de caçadores tem a ver com a diminuição da espécie ou com a despesa inerente à atividade, assegura que tudo isso tem contribuído, mas critica “o último Governo que foi o pior Governo desde que há ordenamento em Portugal porque fez muito mal ao setor da caça, com impostos, taxas e taxinhas e dificultando nos exames a novos caçadores, a licença de uso e porte de arma tem sido terrível porque se pagam bastantes contribuições, quer para o acesso à carta de caçador, quer para fazer o exame (…) agora criaram-se dois exames, estamos a tentar que este Governo, pelo menos, minimize os efeitos maus que o outro fez (…)”.

Instado sobre a diminuição do território onde se pode caçar, refere que as áreas não têm diminuído, “vêm é sendo abandonadas pelos caçadores. Quando deixar de haver caçadores, deixa de haver zonas de caça (…) o país está 100% ordenado (…) agora com o abandono dos caçadores, que deixam de acreditar, porque não há solução para o coelho bravo, quando as taxas todos os anos sobem (…) deixam de ser sócios das zonas de caça, não pagam as quotas, as associações extinguem-se, abandonam o território e vamos voltar a ter terreno livre (…) qualquer dia há território a mais para os caçadores que temos”.

Jacinto Amaro diz que neste momento em Portugal existem cerca de 109 mil caçadores, um número muito abaixo do registado há 12 anos, quando existiam 240 mil, “já perdemos mais de metade dos caçadores no ativo em 10 anos”, conclui.

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